segunda-feira, 5 de outubro de 2015

S - Trabalho

O MUNDO DO TRABALHO
Por Patrícia Carvalho Pinheiro

O QUE É TRABALHO:
Filosofia: é um conjunto de atividades realizadas, é o esforço feito por indivíduos, com o objetivo de atingir uma meta; 
Economia: atividade produtiva pela qual se dispõe  um salário, isto é, o preço do trabalho dentro do mercado; fator econômico;
Física: medida da energia transferida pela aplicação de uma força ao longo de um deslocamento;
DIFERENÇAS:
Ocupação: ocupação de uma pessoa é a espécie de trabalho feito por ela, independente da indústria em que esse trabalho é realizado e do status que o emprego confere ao indivíduo.
Emprego: É a relação, estável, e mais ou menos duradoura, que existe entre quem organiza o trabalho e quem realiza o trabalho. É uma espécie de contrato no qual o possuidor dos meios de produção paga pelo trabalho de outros, que não são possuidores do meio de produção.


Etimologia:
Do latim vulgar “tripalium" que era um instrumento de tortura = “A ideia de trabalho como castigo”;
Do latim culto significa “labor” que significava fazer uma obra, aquilo que faço, que construo.
Viemos de uma sociedade montada com base no sistema escravocrata. Primeiro com a era da escravidão, depois a era medieval com a relação servo/senhor e continuamos com a mentalidade escravocrata – O mundo ocidental no Brasil e Estados Unidos foi todo construído sob a lógica da exploração

TRABALHO NA ANTIGUIDADE

Pérsia: Sociedade estruturada por CASTAS;
Mesopotâmia, China, Egito, Grécia e Roma:
-        A pólis possui uma estrutura tripartite, formada por 3 classes sociais:
1)     a classe econômica dos proprietários de terra, artesãos e comerciantes (que garantem a sobrevivência material da cidade);
2)     a classe militar dos guerreiros (responsável pela defesa da cidade);
3)     a classe dos magistrados (que garante o governo da cidade sob as leis).


TRABALHO NA IDADE MÉDIA
                              
CLERO = Membros da Igreja Católica (padres, monges, freiras e o Papa);
NOBREZA = Reis e Senhores Feudais (Conde, Duque, Barão, Visconde, etc.);
CAMPONESES = Servos.

Conceitos:
CASTA SOCIAL: Casta é um grupo de pessoas que fazem parte de um mesmo estrato ou nível social, definido por origens culturais. O sistema de castas é constituído por grupos hereditários que não possuem mobilidade social.
CLASSE SOCIAL: São grupos caracterizados por uma distinção político-econômica. Sua diferenciação depende, das relações que mantêm dentro do sistema produtivo vigente e de sua respectiva divisão de trabalho.




Liberalismo Econômico

O Liberalismo e a manutenção da ordem A partir de 1830, à medida que os governos passavam a ser chefiados por representantes da burguesia, o Estado assumia características tipicamente liberais, adaptando à realidade as propostas e ideias que eram discutidas desde o século XVIII. Nesse sentido, em vários países, foram elaboradas constituições liberais e as instituições estatais assumiam uma postura essencialmente liberal, com o apoio especialmente dos setores mais interessados no desenvolvimento económico do país. No campo da economia, as ideias liberais também eram aplicadas. O mercantilismo, que já era criticado desde o século XVIII, foi sendo superado, já que não combinava com os novos tempos em que a liberdade passou a ser um valor defendido amplamente. A proposta de aplicação das ideias liberais na economia recebeu o nome de Liberalismo Económico. O principal pensador dessa corrente de pensamento foi o inglês Adam Smith, que considerava o trabalho como a causa principal da riqueza humana. Para Adam Smith, não havia necessidade de o Estado intervir na economia, uma vez que ela deveria ser guiada pelas leis naturais do mercado, pelas quais os preços das mercadorias seriam determinados pela livre concorrência e a competição entre os produtores e comerciantes. O Estado, então, só deveria ter três funções: proteger a sociedade da violência e da invasão de outras sociedades independentes; proteger, na medida do possível, todo membro da sociedade da injustiça e da opressão de qualquer de seus membros, ou seja, administrar a Justiça; fazer e conservar certas obras públicas, criar e manter certas instituições públicas de interesse geral, mas que o lucro não cobriria as despesas.
Além de escrever e expressar-se com muita clareza, Adam Smith encontrou um terreno bem preparado e receptivo para suas ideias. Sua proposta ia ao encontro dos interesses e dos anseios da burguesia industrial e comercial em busca de mais espaços para ampliar seus negócios e suas possibilidades de lucro.
Os princípios económicos propostos por Adam Smith foram ampliados e desenvolvidos por seus discípulos Thomas Malthus, David Ricardo e Nassau Sénior, durante o século XIX. E assim, nesse século, em praticamente toda a Europa Ocidental, o Liberalismo se firmava como corrente de pensamento dominante tanto na política quanto na economia, defendendo os seguintes pontos:
ECONOMIA: Livre iniciativa; Ausência ou pouca interferência do Estado na economia Livre-mercado ou livre-cambismo (economia de mercado: o mercado se regula pela lei da oferta e procura); Trabalho visto como gerador de riqueza Estado com o papel de garantir os contratos, regular o jogo de interesses e manter a ordem social de modo a não prejudicar o desenvolvimento económico; Inviolabilidade da propriedade privada; Individualismo econômico; Liberdade nas negociações dos contratos de trabalho.
POLITICA: Separação dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário); Sistema legal básico igual para todos de um mesmo país; Oportunidades iguais para todos (quem souber aproveitar pode progredir); Liberdade ampla; Tolerância religiosa; Administração política mais racional; Constitucionalismo; Contratualismo; Estado laico; Direito de propriedade privada como direito natural; Critério censitário de participação política.
Percebe-se, pelos quadros acima, uma estreita relação entre o liberalismo político e o liberalismo econômico, uma vez que o Estado se estrutura para garantir os contratos, não interferir nos lucros de seus membros, permitir a manutenção da propriedade privada, regular o jogo de interesses, manter a ordem social. Todos esses pontos passaram a fazer parte do discurso e da prática dos novos dirigentes dos países europeus, no século XIX. Isso se refletiu também na cultura e na visão de mundo da sociedade europeia, principalmente a partir da expansão industrial verificada no continente. No entanto, o bem-estar promovido por essa sociedade de caráter liberal não foi estendido de forma equilibrada a toda a população desses países.


Socialismo Utópico

No século XIX, vários pensadores que propuseram alternativas para o projeto de realização “superar a situação social dos operários” receberam, de outros pensadores, a ideia de que isso era impossível;
Baseado no livro “Utopia” de Thomas Mórus, e devido a fantasia de suas ideias, esses pensadores foram chamados de socialistas utópicos ou somente utópicos. Nem todos eram simplesmente sonhadores e ficavam somente na idealização. Alguns chegaram até a partir para a ação, tentando demonstrar que suas propostas eram viáveis. Outros se dedicaram mais a escrever e divulgar suas ideias por meio de livros e jornais. Vejamos alguns destes pensadores:
- Saint-Simon (1760 - 1825): propunha que o governo interviesse na esfera da "produção, da distribuição e do comércio visando promover o bem-estar das massas. Admitia a propriedade privada e seus privilégios, contanto que fossem usadas no interesse das massas. Muitos de seus seguidores assumiram posições mais radicais, exigindo que o Estado assumisse a propriedade e o controle do processo de produção, e o administrasse em proveito do povo. De Saint-Simon e seus discípulos, o socialismo herdou a ideia de que, em uma economia socialista, o governo deveria assenhorear-se da administração da produção e da distribuição.
- Charles Fourier (1772-1837): para ele, somente um terço da população realiza trabalhos realmente úteis para a sociedade. Os outros dois terços, por força da corrupção e das distorções geradas pelo sistema de mercado, são levados a desempenhar funções supérfluas ou a viver como parasitas na opulência. Visando superar essa situação, ele popularizou a ideia das cooperativas (ou falanstérios, como as denominou). Procurou transformar a sociedade incentivando a formação de falanstérios. O fracasso de suas experiências levou muitos socialistas à convicção de que era impossível reformar o capitalismo unicamente por força de exemplos.
- Pierre Joseph Proudhon (1809 - 1865): segundo Proudhon, a propriedade é um roubo e a "mãe da tirania". Para ele, o Estado tinha como função básica assegurar os direitos de propriedade, que se constituíam simplesmente em um conjunto de privilégios especiais para uma minoria, e em restrições e proibições para a grande maioria da população. Para Proudhon, o Estado constituía o braço armado da classe dominante e era preciso resistir. Só poderia haver justiça quando as relações de propriedade fossem abolidas e o Estado convertido numa instituição desnecessária.
- Robert Owen (1771 -1858): para ele, a solução para os problemas passava pela cooperação. As relações de cooperação levariam o povo a explorar a natureza de forma mais eficiente e a obter maiores proveitos coletivos. A cooperação funcionaria como comunidades agrícolas e industriais que se autogovernariam


O Socialismo Científico

Os "socialistas utópicos" não chegaram a admitir a existência de rivalidade entre explorados e exploradores. Defendiam a eliminação da herança, dos privilégios, o estabelecimento de um imposto progressivo sobre os ganhos com a propriedade, além da redistribuição da riqueza. Foi Karl Marx que, a despeito da admiração que muitos lhe inspiravam, qualificou-os, com certa ironia, de "socialistas utópicos". Para ele, era ingénua a sua convicção de que transformariam a sociedade apelando para a racionalidade e a sensibilidade moral da classe educada. Os homens educados, na sua opinião, pertenciam geralmente às classes dominantes e, portanto, fariam tudo o que estivesse ao seu alcance para perpetuar esse sistema.
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) foram pensadores alemães que dedicaram grande parte de sua vida aos estudos e análises da situação da classe operária, buscando, na Filosofia, na Economia e na História, explicações para a realidade que presenciavam. Em 1848, lançaram o Manifesto Comunista, um pequeno livreto denunciando a situação dos trabalhadores industriais e conclamando-os à luta. A partir daí, ambos passaram a escrever artigos e livros nos quais apresentaram as principais teses e fundamentos da doutrina socialista. O livro mais famoso e que forma o maior conjunto do pensamento marxista é O Capital, cujo primeiro volume foi publicado em 1867. Daí até a sua morte, Marx se dedicou a escrever os outros dois volumes de O Capital, que foram publicados postumamente por Engels.
A dura realidade dos trabalhadores durante muito tempo foi muito comum na Europa e agravou-se com a industrialização, pois as disparidades sociais aumentaram e se tornaram mais visíveis. Foi partindo da observação e da convivência em cidades como a retratada nesta cena que Marx começou suas análises e chegou à conclusão de que o problema era sério e, como se agravava a cada ano, só poderia ser produto do capitalismo. Portanto, a solução não viria enquanto o capitalismo perdurasse. Para Marx, a sociedade, com certeza, deveria se tornar socialista. Essa confiança se apoiava em uma análise profunda das leis do funcionamento do capitalismo. Para ele, as próprias contradições internas do sistema capitalista ocasionariam a sua destruição. A doutrina desenvolvida por Marx, e que teve a colaboração de Friedrich Engels, baseou-se em minuciosos estudos da realidade económica, política e social do mundo ocidental e, por isso, acabou sendo denominada Socialismo Científico. Marx e Engels pesquisaram e escreveram muito à medida que organizavam sua análise e proposta. Em síntese, a doutrina marxista assenta-se nos seguintes pontos: o materialismo histórico e dialético, a luta de classes, a ditadura do proletariado, o socialismo e o comunismo. Vejamos, a seguir, como eles apresentavam cada um desses aspectos.
- Materialismo histórico e dialético: Para Marx e Engels, a economia era que determinava toda forma de pensamento e de organização da sociedade. Portanto, as transformações pelas quais passa a sociedade são o resultado das forças económicas (materiais) e não das forças intelectuais ou religiosas e sobrenaturais. Ainda segundo eles, todo sistema económico e social, após um período de formação e apogeu, entra em crise, devido às contradições internas de ordem material (económica) e é substituído por outro. Assim, eles concluíam que o capitalismo caminhava para o seu fim e seria substituído por outro sistema, o socialismo.
- Luta de classes: Para o marxismo, a luta de classes é o motor da história e estava presente em todas as sociedades em que prevalecia a propriedade privada dos bens e dos meios de produção. Essa luta era travada entre a classe que detinha os meios de produção e a riqueza e a classe explorada por ela. É essa luta de classes que leva à destruição de um sistema económico e à sua substituição por outro. Da luta entre proletários e patrões no capitalismo, segundo Marx e Engels, resultaria um outro sistema económico, o socialismo, no qual não deverá haver diferenciação entre as classes sociais. Assim, não haveria mais a luta de classes e o sistema perduraria.
- Ditadura do proletariado: O proletariado (classe trabalhadora), segundo Marx e Engels, é a classe subalterna que deve assumir o papel de agente transformador, assim como a burguesia o foi na Revolução Francesa. O proletariado faria uma revolução social, organizando-se e partindo para a luta a fim de derrubar a burguesia, tomar o poder e iniciar um novo tipo de sociedade onde seria extinta a propriedade privada dos meios de produção.

- Socialismo e comunismo: Após a tomada do poder pelos trabalhadores, seria implantado o socialismo, uma etapa intermediária em que o Estado se tomaria proprietário dos meios de produção (terras, fábricas, meios de transporte, fontes de energia, minas, etc.) e cada pessoa receberia de acordo com o seu trabalho. Esse Estado evoluiria até chegar ao comunismo, quando não teria mais razão de existir; os meios de produção seriam socializados, acabariam as classes sociais, e cada pessoa teria o que lhe fosse necessário.

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