TIGRES
ASIÁTICOS
Com o recebimento de investimentos,
principalmente dos USA (em meio à Guerra Fria), na década de 1970, quatro
países da Ásia (Cingapura, Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan) apresentaram um
acelerado processo de industrialização. Em razão da agressividade
administrativa e da localização dos países, eles ficaram conhecidos
mundialmente como Tigres
Asiáticos.
O modelo industrial desses países é
caracterizado como IOE (Industrialização Orientada para a Exportação), ou seja,
as indústrias transnacionais que se estabeleceram nesses países e as empresas
locais implantaram um parque industrial destinado principalmente ao mercado
exterior.
Cingapura, Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan
utilizaram métodos diferentes para o desenvolvimento econômico, no entanto,
essas nações apresentaram aspectos comuns, como forte apoio do governo,
proporcionando infraestrutura necessária (transporte, comunicações e energia),
financiamento das instalações industriais e altos investimentos em educação e
em qualificação profissional.
Além disso, esses países (exceto Coreia do
Sul) adotaram uma política de incentivos para atrair as indústrias
transnacionais. Foram criadas Zonas de Processamento de Exportações (ZPE), com
doações de terrenos e isenção de impostos pelo Estado.
Diferentemente dos outros Tigres Asiáticos, a
Coreia do Sul demonstrou resistência a instalações de empresas transnacionais
em seu território. O desenvolvimento industrial do país baseou-se nos chaebols,
que se caracteriza por redes de empresas com fortes laços familiares. Quatro
grandes chaebols controlam a economia coreana e têm forte atuação no mercado
internacional: Hyunday, Daewoo, Samsung e Lucky Gold Star.
Somente na década de 1980 começaram a entrar
transnacionais na Coreia do Sul, entretanto estas são associadas a empresas
coreanas.
Nas exportações dos Tigres predominam os
produtos eletrônicos (televisores, dvds, aparelhos de som, micro-ondas),
equipamentos para computadores e telecomunicações, tecidos sintéticos, roupas e
veículos.
Os
Novos Tigres Asiáticos.
Em consequência do grande desenvolvimento
econômico dos Tigres Asiáticos, houve uma expansão para os países vizinhos do
sudeste, o que proporcionou um processo de industrialização na Indonésia,
Vietnã, Malásia, Tailândia e Filipinas. Além dos investimentos dos quatro
Tigres originais, os novos Tigres passaram a fazer parte das redes de negócios
de empresas dos Estados Unidos, do Japão e de outros países desenvolvidos.
Nesses novos Tigres foram instaladas
indústrias tradicionais, como têxteis, calçados, alimentos, brinquedos e
produtos eletrônicos. Nesses países há mão de obra menos qualificada que a
encontrada nos quatro Tigres originais, porém, muito mais barata. Milhares de
pequenas empresas produzem mercadorias sob encomenda, criadas e planejadas em
outros países do mundo.
Motivos para o crescimento:
- Estreito relacionamento entre as empresas
privadas e o governo, que oferecia proteção ao mercado interno, por meio de
impostos elevadíssimos para produtos importados;
- Grande incentivo às exportações oferecidas
pelo governo, que implantou estratégias para atrair investimentos externos;
- Mão-de-obra barata;
- Maciços investimentos em educação e
qualificação de MO.
Entre os anos 70 e 90 o crescimento destes
países era em torno de 10% a.a., Entre os anos 90 e 2000 passou à 7,5%, mas a crise
dos USA desacelerou suas economias, mas o crescimento ainda existe, variando de
3 à 6% a.a.
Motivos para a crise:
- crescimento da dívida dos países e das
empresas à curto prazo;
- aumento crescente e irreal do preço dos
imóveis;
- desaceleração da economia global que
provocou queda das exportações e fez as indústrias reduzirem bastante sua
produção.
JAPÃO
A história do Japão é de mais de 8 mil anos. Por
ser formado por mais de 3000 mil ilhas, em sua maioria vulcânicas, e, portanto,
distante do continente, manteve seus aspectos de tradições culturais quase
intactas.
Por séculos manteve relações comerciais com
chineses e russos, mas o que não o impediu de tentar expandir territórios sob
estes países, na tentativa de conquistar o continente.
Durante a expansão marítima europeia se manteve
independente, e apoiou a colonização inglesa sobre a China, mas se manteve
imperialista e feudal.
Somente em 1853, com os
norte-americanos obrigando os japoneses a abrirem seus portos ao intercâmbio
com outros países, o antigo regime entrou em convulsão e, depois de muita
agitação, o governante, que era da dinastia Tokugawa, que governou por 260
anos, decidiu restituir o poder à corte do Imperador.
O monarca Mutsuhito estava
então com 16 anos e, decretando o final do Feudalismo japonês, subiu ao trono
como o 122º imperador, assumindo de fato a autoridade que, antes, era apenas
virtual. Teve início, assim, o Período ou Era Meiji – Regime
Iluminado -, que duraria quarenta e cinco anos, de 8 de setembro de 1868 a 30
de julho de 1912.
Esta etapa da história do
Japão foi marcada por um veloz processo de modernização, que culminou na
transformação deste país em potência planetária. Ao longo deste reinado a nação
japonesa não esteve isenta de ser convertida em um mero fantoche do Ocidente,
ou em uma colônia da Europa ou dos Estados Unidos.
Para evitar este destino, seu
governante optou por fortalecer o Estado, constituindo-o na mesma medida em que
eram estruturados os países mais desenvolvidos do Ocidente. Para alcançar este
objetivo, o Imperador implementou diversos projetos políticos significativos, que
decididamente converteram o Japão atrasado da Era Edo,
completamente distante do resto do mundo, em um país adaptado aos tempos
modernos.
O soberano concordou com o
Ocidente em tomar como modelo os tratados internacionais contratados pelos
xoguns das últimas eras, que compunham o que se denomina de bakufu.
E também em atuar conforme os parâmetros estabelecidos pela Lei Internacional
Mutsuhito.
Pouco a pouco o Japão foi sendo
moldado de forma a conviver com o sistema capitalista. Sua
gestão pública foi concentrada em um núcleo central; o Estado adotou a política
de intervenção econômica, o que permitiu a extinção dos últimos vestígios do feudalismo, com a
libertação da mão-de-obra e a absorção das inovações tecnológicas promovidas
pelas grandes potências ocidentais.
Uma meticulosa reforma agrária e
a renovação das leis referentes ao imposto territorial rural eliminaram os
velhos feudos e as vantagens individuais. Foi criada, nesta mesma época, a
moeda oficial do Japão, o iene, bem como foram instituídos o Banco do Japão,
a educação primária compulsória, o fortalecimento do
poder e do Estado, entre outras medidas fundamentais.
Ao mesmo tempo, o país ganhou
suas primeiras universidades e um gabinete parlamentar, criado em 1885.
Quatro anos depois a nação elaborou sua primeira constituição, assumindo-se,
diante do mundo, como uma monarquia constitucional. O desenvolvimento da
industrialização foi inevitável, e logo apareceram os impérios econômicos,
baseados em grupos familiares conhecidos como zaibatsus, que estenderam seus
tentáculos também ao mundo do comércio e das finanças.
O
emprego de mais de 3 mil especialistas estrangeiros (chamados o-yatoi gaikokujin ou estrangeiros contratados) em
várias áreas como o ensino de inglês, ciências, engenharia, o exército e a
marinha etc; e o envio de muitos estudantes japoneses para intercâmbio na
Europa e América. Acreditava-se que o conhecimento deveria ser buscado ao redor
do mundo a fim de fortalecer as bases do domínio imperial. Esse processo de
modernização foi monitorado de perto e intensamente subsidiado pelo governo
Meiji, aumentando o poder das grandes zaibatsus (famílias) como a Mitsui e a Mitsubishi.
Juntos,
os zaibatsu e o governo guiaram a nação, emprestando tecnologia do ocidente. O
Japão gradativamente tomou controle da maior parte do mercado asiático de bens
manufaturados, a começar com os têxteis. A estrutura econômica tornou-se muito
mercantilística, importando matérias-primas e exportando produtos finalizados -
um reflexo da relativa escassez de commodities no país.
Este
avanço fez do Japão, junto com os USA,
os únicos países industrializados fora da Europa no início do século XX.
Durante
a 1ªGGM o Japão só entrou na guerra para se
apossar das colônias da Alemanha no Pacífico e das concessões alemãs na China.
Por não ter conseguido todas as concessões esperadas surge no
governo japonês um sentimento de revanchismo contra a Inglaterra. Quando passa
a desenvolver transações comerciais com a Alemanha (de domínio inglês no
pós-guerra, conhece os trabalhos políticos desenvolvidos por Adolf Hitler. Na
Itália se alia à Benito Mussolini em seu projeto político contra o Socialismo
Russo, com quem assina o Pacto Ítalo-Germânico (1927). Em 1936 assina o Pacto
Antikormintein com a Alemanha nazista. Em 1940, a aliança entre os três países
foi consolidado o acordo entre eles com o Pacto Eixo: Roma-Berlim-Tóquio. O
Eixo era uma aliança politica-militar que propunha a expansão territorial
através da implantação da politica racial nacionalista (extermínio étnico).
A 2ª GGM também foi um marco na história do Japão.
Ao final da II Guerra Mundial, o
Japão estava devastado. Todas as grandes cidades (exceto Kyoto), as indústrias
e as linhas de transporte foram severamente danificadas.
As sobras da máquina de guerra
japonesa foram destruídas. Cerca de 500 oficiais militares cometeram suicídio
logo após a rendição incondicional, e centenas de outros foram executados por
cometerem crimes de guerra.
O país perdeu todos os
territórios conquistados desde 1894. As ilhas Ryukyu, incluindo Okinawa, foram
controladas pelos Estados Unidos, enquanto que as ilhas Kurile, ao norte, foram
ocupadas pela União Soviética.
A escassez de suprimentos
continuou ainda por vários anos. Afinal, a população havia crescido mais que
2,4 vezes em relação ao começo do período Meiji, contando com 85 milhões de
pessoas.
O Japão permaneceu ocupado pelos
Aliados por quase sete anos após a sua rendição. As autoridades de ocupação,
lideradas pelos Estados Unidos, representados pelo general Mac Arthur,
empreenderam diversas reformas políticas e sociais e proclamaram uma nova constituição
em 1947, que negava ao estado o direito de reconstruir uma força militar e
resolver impasses internacionais através da guerra.
As mulheres ganharam o direito de
votar e os trabalhadores, de se organizarem e fazerem greves.
Pela nova constituição, o
imperador perde todo o seu poder político e militar, passando a ser considerado
meramente um símbolo do estado. O sistema de aristocracia foi abolido e em seu
lugar entrou em vigor uma espécie de monarquia constitucional sob o controle de
um parlamento.
O primeiro ministro, chefe do
executivo, deveria ser escolhido pelos membros da Dieta.
As relações exteriores,
completamente interrompidas durante o período de ocupação americana, só foram
retomadas a partir de 1951.
Nesse ano o Japão assina o
Tratado de São Francisco, que lhe dá o direito de resolver seus assuntos
estrangeiros e lhe devolve a soberania. Todavia, o veto à manutenção de um
exército é mantido. Além disso, o Japão é obrigado a pagar indenizações aos
países vizinhos agredidos por ele durante a guerra.
A reabilitação econômica do país
torna-se uma das maiores preocupações do povo e dos líderes japoneses a partir
daí. Com o apoio dos Estados Unidos e de outros países, o Japão integra-se a
várias organizações internacionais.
Inicialmente houve um período de
instabilidade, mas com a Guerra da Coréia (1950-1953) o Japão tem a
oportunidade de reconstruir sua economia nacional. Na década de 60, com o apoio
dos acordos comerciais, o Japão torna-se uma das principais potências
econômicas e políticas, suficientemente forte para competir com as maiores
potências mundiais.
Com a Guerra Fria, os EUA
posicionam mais tropas no Japão e estimulam a perseguição aos comunistas e a
criação de forças para autodefesa. Essas ideias foram bem-vindas pelos
conservadores, mas causaram protestos e insatisfação das classes populares, dos
comunistas e socialistas.
Em 1969 os americanos abandonam
cerca de 50 bases militares lá instaladas, devolvendo Okinawa três anos mais
tarde. O Japão foi admito à ONU em 1956, e em 1960 renova tratados com os EUA.
No mesmo ano as reparações aos
países vizinhos são todas pagas. As Olimpíadas de Tóquio, em 1964, representam
uma nova esperança para o povo japonês; no ano seguinte são estabelecidas
relações formais com a Coréia do Sul.
Com o investindo milhões de dólares
do FMI, o Japão volta aplicar em educação, desta vez, em educação tecnológica,
se tornando uma das maiores potências no assunto, sendo pioneiro nos estudos
com NANOTECNOLOGIA e ROBÓTICA.
As desgastadas relações
diplomáticas com a China são normalizadas em 1972.
A partir de 1975, o país passa a integrar as conferências anuais com os sete países mais industrializados do planeta, o G7.
A partir de 1975, o país passa a integrar as conferências anuais com os sete países mais industrializados do planeta, o G7.
Em 1973 a crise do óleo abala a
economia japonesa, que sofre um afrouxamento na expansão econômica e uma crise
monetária, devido a redolarização econômica promovida pelos USA.
O primeiro ministro Kakuei Tanaka
declara então “estado de urgência” para combater a crise. A reação da economia,
tão dependente do óleo, foi o fortalecimento das indústrias de alta tecnologia.
A recuperação diplomática e
econômica do país foi bastante auxiliada pela dominação no parlamento do
conservador Partido Liberal Democrático (PLD), que dura até hoje.
A partir do começo da década de 90 o Japão firma-se como a segunda maior potência econômica mundial, acumulando saldos gigantescos no comércio exterior, principalmente nas relações comerciais com os Estados Unidos. Mesmo possuindo um grande contingente populacional, a PEA não supria as necessidades do país. Foi realizada uma política de abertura para mão-de-obra estrangeira, os chamados Dekasseguis, descendentes de japoneses.
A partir do começo da década de 90 o Japão firma-se como a segunda maior potência econômica mundial, acumulando saldos gigantescos no comércio exterior, principalmente nas relações comerciais com os Estados Unidos. Mesmo possuindo um grande contingente populacional, a PEA não supria as necessidades do país. Foi realizada uma política de abertura para mão-de-obra estrangeira, os chamados Dekasseguis, descendentes de japoneses.
Nos anos 2000, a crise
capitalista atinge o gigante asiático. Dezenas de multinacionais passam a se
instalar em mercados mais competitivos, baratos e com maior publico consumidor
(os emergentes). A crise econômica estadunidense após o fracasso da Guerra ao
Terror em 2008, atinge em cheio a economia japonesa, pois não encontra novos
parceiros comercias. Isto gerou demissão em massa em vários setores, e o fim da
política dos Dekasseguis. Após ser superado pela China, como segunda economia
do mundo, hoje o Japão, assim como todo o mundo industrializado, vive crise
financeira, baixo crescimento e estagnação capitalista.