segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Governos Militares no Brasil


DITADURA MILITAR NO BRASIL
Por Patrícia Carvalho Pinheiro

O PLANETA NA DÉCADA DE 1960
Vários países do Ocidente deram uma guinada à esquerda
-        John F. Kennedy nas eleições de 1960 nos EUA;
-        A coalizão de centro-esquerda na Itália em 1963;
-        O Partido Trabalhistas no Reino Unido em 1964;
-        No Brasil, João Goulart virou o primeiro presidente trabalhista com a renúncia de Jânio Quadros.
A década de 60 representou a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos.  -
¢  Rock de garagem à margem dos grandes astros do rock;
¢  Movimentos de cinema e de teatro de vanguarda;
¢  Os Beatles;
¢  O Papa João XXIII abre o Concílio Vaticano II e revoluciona a Igreja Católica;
¢  Tem início o uso da informática para fins comerciais e surge a Arpanet, que se tornaria o embrião da Internet;
¢  Os soviéticos enviam o primeiro homem ao espaço em 1961;
¢  Neil Armstrong, americano, é o primeiro homem a pisar a Lua, em 1969;
¢  Também em 1969, uma sonda dos EUA  alcançou Marte e, meses depois, a URSS descia um robô em Vênus.

BRASIL: os primeiros anos da década de 1960
¢  Nascia o jornal ‘A Folha de São Paulo’;
¢  A onda dos skates viraram febre no país;
¢  A ‘Jovem Guarda’ se torna um fenômeno;
¢  A TV Globo é inaugurada, em 1965;
¢  O personagem de história em quadrinhos "Cascão", tomou banho de verdade e contra a vontade do seu criador, Mauricio de Souza;
¢  Em 1962 o Brasil é campeão Mundial pela segunda vez;
¢  As lutas operárias chegam ao auge com a criação de uma única frente de luta sindical (em 1961, foram 180 greves, em 1962 foram 184, só no estado de São Paulo);
¢  Em 1962, é aprovado o Estatuto do Trabalhador Rural;
¢  Cogitava-se, cada vez mais, a necessidade por Reforma Agrária, principalmente entre os setores ligados ao presidente João Goulart;
¢  Discurso da Central do Brasil: Jango, determinou a reforma agrária e a nacionalização das refinarias estrangeiras de petróleo.
¢  Em 31 de março, os militares iniciam a tomada do poder. No dia 2 de abril, o presidente João Goulart partiu de Brasília para Porto Alegre.

 GOLPE MILITAR DE 1964 NO BRASIL
As forças que assumiram o poder em 1964 tinham como prioridade econômica o crescimento acelerado.
       Nesse período áureo do desenvolvimento brasileiro em que, paradoxalmente, houve aumento da concentração de renda e da pobreza, instaurou-se um pensamento ufanista de "Brasil potência“.
Este milagre econômico, cujo auge se deu entre 1969 a 1973, era sustentado por três tripés:
¢  A concentração de renda: marcado pela redução do poder aquisitivo do salário, e criação de novos impostos.
¢  Expansão de crédito ao consumidor: para ampliar a demanda de bens duráveis (casas, automóveis, eletrodomésticos, etc), para a da classe média. Com o aumento do dinheiro em circulação, a taxa de juros e a inflação aumentaram constantemente.
¢  Abertura externa da economia brasileira: englobava tanto os incentivos às exportações como os atrativos para investimentos estrangeiros no Brasil. Pequenas e médias empresas nacionais que entraram em falência nesse período.
MODELO POLÍTICO DOS GOVERNOS MILITARES
¢  Centralização de poder Executivo;
¢  Controle da estrutura partidária, dos sindicatos, censura aos meios de comunicação e repressão a quaisquer forma de oposição;
¢  Eliminaram-se as eleições diretas para presidente e para governadores de estado;
¢  Os prefeitos dos municípios passaram a ser nomeados;
¢  Ministros do Supremo Tribunal Federal foram obrigados a abandonar suas funções;
¢  A toda hora eram criados Atos Institucionais e complementares;
¢  Os partidos políticos foram extintos e surgiram apenas dois: a Arena e o MDB (que fazia oposição de fachada);

MODELO POLÍTICO DOS GOVERNOS MILITARES
¢  A lei de greve foi criada proibindo qualquer tipo de greve de natureza política, social ou religiosa;
¢  Jornais foram ocupados e os dos oposicionistas foram fechados. Em 1967 é criada a Lei de Imprensa e a Lei de Segurança Nacional;
¢  Foram realizadas prisões arbitrárias, intervenções nos sindicatos, demissões em órgãos públicos;
¢  Entre 1969-1970 é criado o DOI-CODI (Departamento de Operações e Informações – Centro de Operações de Defesa Interna) que realizava prisões e torturas.

O GOVERNO DO MARECHAL CASTELLO BRANCO 1964-67
¢  Indicado como presidente da República pela junta militar golpista, o marechal era considerado um militar de tendência moderada;
¢  Assinou o Ato Institucional nº 2 (AI-2), que ampliou significativamente o poder do Executivo Federal, estabeleceu eleições indiretas para presidente da República e extinguiu todos os partidos políticos;
¢  Também promulgou o AI-4, obrigando o Congresso a discutir e aprovar uma nova Constituição com características autoritárias;
¢  Adotou uma política econômica antiinflacionária que causou desemprego e provocou arrocho salarial (diminuição dos salários).

O GOVERNO DO MARECHAL COSTA E SILVA 1967-69
¢  Avanço do processo de institucionalização da ditadura;
¢  Buscou combater os três principais focos de OPOSIÇÃO: os políticos influentes, os grupos e organizações políticas de esquerda, e os estudantes universitários;
¢  Fechou o Congresso Nacional e editou o Ato Institucional nº 5 (AI-5), considerado o pior de todo o regime;
¢  Seu mandato foi interrompido por uma grave doença: um derrame cerebral. Impossibilitado de governar, seu governo foi substituído por uma junta militar.

O GOVERNO DO GENERAL GARRASTAZU MÉDICI 1969-74
¢  Conseguiu apaziguar os quartéis ao permitir que as aspirações e interesses dos militares direitistas radicais se expressassem em seu governo;
¢  Período quando se registraram os maiores índices de desenvolvimento e crescimento econômico do país;
¢  Regiões pouco conhecidas e habitadas do país, como a Amazônia e a Região Centro-Oeste, receberam estímulo governamental para serem exploradas economicamente;
¢  Por outro lado, os empréstimos estrangeiros geraram uma dívida externa tão elevada e custosa que bloqueou por décadas o crescimento e desenvolvimento sustentável do país;
¢  A seleção tricampeã do mundo é usada como propaganda do regime.

O GOVERNO DO GENERAL ERNESTO GEISEL 1974-79
¢  Seu governo previa a adoção de um conjunto de medidas políticas liberalizantes, cuidadosamente controladas pelo Executivo Federal;
¢  Houve tentativas de golpe contra o governo, promovidas por setores militares radicais;
¢  Fez concessões ao aparato repressivo ao impedir pressões provenientes das oposições, em particular, do MDB, da Igreja Católica e também de setores da imprensa;
¢  O episódio mais grave ocorrido no mandato de Geisel foi a morte sob tortura do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975, no DOI-CODI do 2º. Exército em São Paulo;
¢  Os operários metalúrgicos da região do ABCD paulista, desencadearam o maior ciclo grevista da história do país.

O GOVERNO DO GENERAL JOÃO FIGUEIREDO 1979-85
¢  A ditadura militar perdeu legitimidade social e sofreu desgaste político;
¢  Em fevereiro de 1978 foi criado, no Rio de Janeiro, o primeiro Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA);
¢  A ARENA e MDB foram extintos. Os políticos governistas criaram o Partido Democrático Social (PDS), enquanto o MDB se transformou no PMDB. Surgiu também o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB);
¢  Herdou uma grave crise econômica;
¢  A partir de 1983, estudantes, líderes sindicais e políticos, setores da Igreja católica, artistas e personalidades da sociedade civil e milhares de populares compunham as forças que reivindicavam eleições diretas.

AS DIRETAS JÁ!
Entre os últimos meses de 1983 e abril de 1984, o Brasil foi agitado por um dos maiores movimentos cívicos de sua história: a campanha das "Diretas Já".
       Grandes manifestações populares aconteceram em todo o país, reivindicando o restabelecimento das eleições diretas para presidente da República, que haviam sido substituídas por um pleito indireto no Congresso nacional durante o regime militar.
       A campanha ganhou as ruas, arregimentando um número crescente de partidários em todo o país, nos mais diversos setores da sociedade. Reuniram-se lideranças políticas, sindicais, eclesiásticas e estudantis.
    - Vários artistas, jogadores de futebol e jornalistas aderiram ao movimento, fazendo-o ganhar cada vez mais simpatizantes entre as camadas populares.
     - Apesar do anseio explícito da maioria da população brasileira, o governo militar, sob o comando do general-presidente João Figueiredo, ainda tinha poder sobre o Congresso. A emenda Dante de Oliveira, que precisava de 2/3 dos votos dos parlamentares para ser aprovada, acabou rejeitada.

- Votaram a seu favor 298 parlamentares; 65 foram contra e 3 se abstiveram. Porém, para não desagradar aos militares nem aos seus eleitores, 112 simplesmente não compareceram à votação. Assim, por 22 votos, os brasileiros tiveram adiado o sonho de votar para presidente da República - o que só aconteceria em 1989.

O FIM DO REGIME MILITAR
- Quando a emenda constitucional que propunha eleições diretas para  presidente foi rejeitada pelo Congresso Nacional, em 1984, um dos líderes do movimento que incendiara o país em defesa do voto livre sentiu que chegara sua hora. Mesmo tendo de concorrer no Colégio Eleitoral, composto em sua maioria por deputados e senadores do governista Partido Democrático e Social, Tancredo Neves lançou-se candidato pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro, de oposição. Venceu em 15 de janeiro de 1985, data que simboliza o fim de mais de vinte anos de ditadura militar.

O JORNALISTA VLADIMIR
O jornalista Vladimir Herzog de 38 anos, diretor de jornalismo da TV Cultura de São Paulo, foi encontrado morto, supostamente enforcado, nas dependências do 2º Exército, em São Paulo, em 25 de outubro de 1975. No dia seguinte à morte, o comando do Departamento de Operações de Informações e Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), órgão de repressão do exército brasileiro, divulgou nota oficial, informando que Herzog havia cometido suicídio na cela em que estava preso.
       Três anos depois, no dia 27 de outubro de 1978, o processo movido pela família do jornalista revelou a verdade sobre a morte de Herzog. A União foi responsabilizada pelas torturas e pela morte do jornalista. Foi o primeiro processo vitorioso movido por familiares de uma vítima do regime militar contra o Estado.
A CENSURA DURANTE O REGIME
Usar a arte como instrumento de agitação política - caminho apontado pelo Centro Popular de Cultura da UNE no início dos anos 60 - acaba tendo vários seguidores. Os festivais de música do final dessa década revelam compositores e intérpretes das chamadas canções de protesto, como Geraldo Vandré, Chico Buarque de Holanda e Elis Regina. O cinema traz para as telas a miséria de um povo sem direitos mínimos, como nos trabalhos de Cacá Diegues e Glauber Rocha. No teatro, grupos como o Oficina e o Arena procuram dar ênfase aos autores nacionais e denunciar a situação do país. Com o AI-5, as manifestações artísticas são reprimidas e seus protagonistas, na grande maioria, empurrados para o exílio. Na primeira metade dos anos 70, são poucas as manifestações culturais expressivas, inclusive na imprensa, submetida à censura prévia.
      O império do terror no governo Médici (1969/74), com censura acirrada, invasões a domicílios, assassinatos e “desaparecimento” de presos políticos, através da ação dos DOI-CODIS, visando à extinção de qualquer tipo de oposição ao governo militar, foi o principal causador da destruição de muitas das atividades culturais nos anos de 1970.
Em 15 de setembro de 1972, o seguinte telegrama exemplificador foi recebido pelo diretor da filial de Brasília do jornal O Estado de São Paulo
      “De ordem do senhor ministro da Justiça fica expressamente proibida a publicação de: notícias, comentários, entrevistas ou critérios de qualquer natureza, abertura política ou democratização ou assuntos correlatos, anistia a cassados ou revisão parcial de seus processos, críticas ou comentários ou editoriais desfavoráveis sobre a situação econômico-financeira, ou problema sucessório e suas implicações. As ordens acima transmitidas atingem quaisquer pessoas, inclusive as que já foram ministros de Estado ou ocuparam altas posições ou funções em quaisquer atividades públicas. Fica igualmente proibida pelo senhor ministro da Justiça a entrevista de Roberto Campos.

Alguns dos artistas censurados durante a ditadura militar: Caetano Veloso, Chico Buarque, Elis Regina, Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Raul Seixas, Toquinho, entre outros.
Algumas telenovelas que sofreram censura: ‘Roque Santeiro’, de Dias Gomes; ‘Escalada’, de Lauro César Muniz; ‘Pecado Capital’, de Janete Clair; e ‘Vale Tudo’, de Gilberto Braga.
      “A censura era canhestra, mesquinha, burra. Como dialogar com as toupeiras que tinham o poder de impedir nossa livre expressão? Não tinham argumentos objetivos, lógicos, nem de tipo nenhum. Era: ‘isso não pode mesmo’, ‘nosso regime tem uma clareza do que é nocivo para o público’...”
Lauro César Muniz


"O Bêbado e a Equilibrista" é uma das mais famosas músicas que berraram nos ouvidos da covarde ditadura - mesmo "covarde ditadura" sendo redundante, vale destacar - militar que assolou - e assombrou - o Brasil de 1964 a 1985. A música foi composta por Aldir Blanc e João Bosco e lançada no LP "Linha de Passe", em 1979 é gravada por Elis Regina, voz que deu forma à música e ficou conhecidíssima.



Ditadura Militar no Brasil

https://drive.google.com/file/d/1d4LWQhT_hZ9YRKf-8lGZrK8xud6WXdtK/view?usp=sharing

terça-feira, 2 de abril de 2019

Revisional História Geral

https://drive.google.com/file/d/1uG2UBAHDIIEuVhkiixmXu0dB_Db5ulmx/view?usp=sharing

Revisional História do Brasil

https://drive.google.com/file/d/1LAixTSGwSx3-7dg3vX8PepoeiSwrNkuj/view?usp=sharing

Caderno Bimestral

https://drive.google.com/file/d/1JGLUq5WZ5_L4V5fYgf0RnDRwn7YtFXmj/view?usp=sharing

1ªGGM


Resumo 1ª GGM

Por Patrícia Carvalho Pinheiro

Introdução
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito militar ocorrido entre 1914 e 1918, um dos maiores do século XX. Teve como principais envolvidos as grandes potências imperialistas europeias, mas também contou com a participação de países de outros continentes, como os Estados Unidos.
Em razão da amplitude do conflito, do grande número de envolvidos e das mortes provocadas em campo de batalha, também foi chamada de a Grande Guerra, em especial no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial

Contexto histórico 
O final do século XIX e o início do século XX foram marcados pelo neocolonialismo das grandes potências europeias em direção a territórios na África e Ásia. A disputa por colônias, que forneciam matéria-prima e mercados para os produtos industrializados europeus provocou uma corrida imperialista movimentada pelo aumento dos investimentos militares.
A disputa por territórios ultrapassou os limites da África e Ásia e atingiu a própria Europa. Chegou à região dos Balcãs, importante rota de passagem rumo ao Oriente Médio. Essa região era objeto de disputas, principalmente entre Alemanha e Rússia, mas que envolviam também o Império Austro-húngaro e os diversos povos que viviam na região. 
Apesar das disputas imperialistas, a Europa vivia a “Belle Époque”, período de grande otimismo com o desenvolvimento da ciência, das artes e relativamente pacífico, garantido pela “paz armada” entre os países imperialistas.
Ou seja, ao mesmo tempo em que não se enfrentavam, os países investiam pesadamente em armamento e no desenvolvimento de tecnologias militares. Os conflitos que antecederam a Belle Époque, em especial a Guerra Franco-prussiana (1870-1871), embora pontuais, estimularam os sentimentos revanchistas e nacionalistas, como no caso da França em relação à Alemanha.
Além disso, a própria unificação alemã, em 1871, e seu despontamento como potência industrial vinham incomodando os ingleses, então maior potência econômica do continente.
Esperando um possível conflito, as principais nações europeias procuraram estabelecer alianças em troca de apoio mútuo, o que resultou em sua divisão em dois grupos: a Tríplice Aliança, formada em 1882 por Alemanha, Itália e Império Austro-húngaro; e a Tríplice Entente, que reuniu Inglaterra, França e Rússia em 1907. 
Dessa forma, se estabeleceram os dois principais grupos que se enfrentariam durante a Grande Guerra. Podemos estabelecer suas principais causas como a corrida imperialista, o revanchismo e o nacionalismo entre as principais potências europeias. 

O início da guerra
Com o acirramento desses conflitos, a situação na Europa estava à beira de um confronto generalizado. Em 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-húngaro, foi assassinado na cidade de Sarajevo, no território da Bósnia e Herzegovina, pelo grupo nacionalista sérvio Mão Negra.
Este ponto é considerado o estopim da Primeira Guerra Mundial, pois provocou uma série de retaliações, acionando as alianças preestabelecidas e desencadeando o conflito militar.
Em razão do desenvolvimento tecnológico - que havia sido possível graças à industrialização - e do próprio desenvolvimento da indústria bélica - com sua produção em massa -, a Primeira Guerra Mundial provocou um número de mortes até então nunca visto em conflitos militares. Além do incremento do potencial destrutivo, houve uso intensivo de aviões e armas químicas em combate.
As novas armas e seu poder destrutivo permitiram o avanço rápido sobre territórios inimigos, caracterizando a primeira fase da Grande Guerra, chamada de guerra de movimento. Esta fase durou pouco tempo, basicamente durante o próprio ano de 1914.
Em oposição ao que ocorreu no início do combate, sua segunda fase foi marcada pelo avanço lento, quando não pela estagnação nos campos de batalha. Devido à violência do conflito, os militares passaram a se proteger em trincheiras - escavações no solo que funcionavam como abrigo -, a fim de garantir alguma proteção, ainda que precária, aos combatentes.
Por esta razão, essa segunda fase ficou conhecida como guerra de trincheiras. Cabe ressaltar que, apesar de fornecerem alguma proteção nos campos de batalha, a vida nas trincheiras também proporcionava condições de sobrevivência precárias.
Os soldados sofriam com alagamentos, ataques de pragas e epidemias, convivendo até mesmo com cadáveres. Além disso, não possuíam sequer condições razoáveis para dormir, se alimentar, e tratar de seus ferimentos.

O fim da guerra e o Tratado de Versalhes 
Depois do avanço rápido e da fase seguinte de estagnação, a Tríplice Entente conseguiu vitórias importantes que deixaram a Alemanha isolada e contribuíram para sua derrota.
Três fatos importantes ajudaram a determinar os rumos da Primeira Guerra Mundial:
  • após acordos que envolviam a conquista de territórios, a Itália passa a apoiar a Tríplice Entente a partir de 1915;
  • os Estados Unidos entram em guerra contra a Alemanha em 1917, procurando obter vantagens econômicas com o conflito na Europa;
  • a saída da Rússia da guerra após a Revolução de 1917
Depois de ficar militarmente isolada e passar por uma série de manifestações e greves internas contra a manutenção da guerra, a Alemanha se rende em 1918. O Kaiser Guilherme II foge para a Holanda e o Segundo Reich (Segundo Império Alemão) é substituído pela República de Weimer.
No ano seguinte, os alemães são obrigados a assinar o Tratado de Versalhes, que reconhecia a Alemanha como principal responsável pela guerra e impunha duras sanções ao país.
Como consequência, a Alemanha passaria por uma grave crise econômica nos anos seguintes que, em conjunto com o sentimento de revanche da derrota na Primeira Guerra, permitiram a ascensão do nazismo.
Em paralelo, a Primeira Guerra Mundial também marcou o fim de quatro grandes impérios, a saber, o Alemão, o Russo, o Austro-húngaro e o Otomano, dando início a uma nova configuração geopolítica do mundo


Neocolonialismo Africano


Neocolonialismo Africano
Por Patrícia Carvalho Pinheiro

Durante séculos o que o “mundo” conhecia do continente africano eram os territórios que ficavam ao norte do Deserto do Saara, conhecida como África do Norte, hoje, África Branca. Isso porque ao norte encontramos uma organização sócio-econômica muito semelhante à do Oriente Médio, formando um mundo islamizado. Ao sul temos a chamada África subsaariana ou África Negra, assim denominada pela predominância nessa região de povos de pele escura e olhos castanhos.
A diversidade étnica desta região de África é patente nas diferentes formas de cultura, incluindo as línguas, a música, a arquitetura, a religião, a culinária e a indumentária dos diferentes povos do continente.
A maioria da população pertence a etnias anteriormente classificadas na "raça negra", mas que hoje são classificadas pelo seu grupo lingüístico. A África é provavelmente a região do mundo onde a situação lingüística é a mais diversificada (com mais de 1000 línguas catalogadas).
O continente africano é palco de uma série de conflitos, conseqüência da intervenção colonialista, principalmente no fim do século XIX e início do século XX. Esse processo de intervenção interferiu diretamente nas condições políticas, econômicas e sociais da população africana.
As primeiras investidas coloniais já no século XVI ocorreu com Portugal, que acabou se limitando à exploração de mão-de-obra escrava negra.
Pelas resoluções do Tratado de Tordesilhas o continente africano ficaria sob os domínios lusitanos. No entanto duas razões inviabilização a colonização do novo continente naquele momento: as riquezas já conquistadas pelo colonizador em outras colônias (as Índias) e a dificuldade de adentrar o território tanto para exploração extrativista como para o desenvolvimento de plantation.
No início do século XIV Portugal, endividada com a Inglaterra, resolveu facilitar a tomada do território pelos ingleses.
A partir de 1815 a França passou a conquistar territórios no continente pelo Norte (com o apoio da Legião Estrangeira). A Inglaterra, em contrapartida, fazia a mesma investida pelo Sul. Em 1870 chegaram a iniciar conflitos diretos pela disputa do continente. Em 1885 foi assinado o Tratado de Berlim, conhecido como “A Partilha da África”, onde vários países europeus dividiram “à régua” o Continente todo.
A divisão territorial do continente teve como critério apenas os interesses dos colonizadores europeus, desprezando as diferenças étnicas e culturais da população local. Diversas comunidades, muitas vezes rivais, que historicamente viviam em conflito, foram colocadas em um mesmo território, enquanto grupos de uma mesma etnia foram separados.
Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu um intenso processo de independência das nações africanas. Porém, novos países se formaram sobre a mesma base territorial construída pelos colonizadores europeus, desrespeitando a cultura e a história das comunidades, conseqüentemente inúmeros conflitos étnicos pela disputa de poder foram desencadeados no interior desses países.
Outro fator agravante para o surgimento desses conflitos na África se refere ao baixo nível socioeconômico de muitos países e à instalação de governos ditatoriais. Durante a Guerra Fria, que envolveu os Estados Unidos e a União Soviética, ocorreu o financiamento de armamentos para os países africanos, fornecendo aparato técnico e financeiro para os distintos grupos de guerrilheiros, que muitas vezes possuíam – e ainda possuem – crianças que são forçadas, através de uma manipulação ideológica, a odiarem os diferentes grupos étnicos.
São vários os conflitos no continente africano; o que é pior, muitos deles estão longe de um processo de pacificação. A maioria é motivada por diferenças étnicas, é o que acontece em Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e Somália, por exemplo. Outros por disputas territoriais como Serra Leoa, Somália e Etiópia; questões religiosas também geram conflitos, é o que acontece na Argélia e no Sudão. Além de tantas políticas ditatoriais instaladas, a que teve maior repercussão foi o apartheid na África do Sul – política de segregação racial que foi oficializada em 1948, com a chegada ao poder do Novo Partido Nacional (NNP). O apartheid não permitia o acesso dos negros às urnas, além de não poderem adquirir terras na maior parte do país, obrigando os negros a viverem em zonas residenciais segregadas, uma espécie de confinamento geográfico.
Deve-se haver a intervenção de organismos internacionais para que esse e outros problemas do continente africano (aids, fome, economia, saúde, etc.) sejam amenizados, pois esse processo é consequência das políticas colonialistas dos países desenvolvidos, que após sugarem a riqueza desse povo, abandonaram o continente, deixando uma verdadeira mazela. 
continente africano tem hoje cerca de 889 milhões de habitantes, dos quais 500 milhões vivem na África subsaariana. Essa população tem um crescimento populacional na ordem dos 2,5% ao ano.
Esse crescimento elevado da população tem criado duas preocupações muito sérias:
A)   a predominância de jovens na população determina a necessidade de elevados investimentos sociais em escolas, alimentação e tratamento médico;
B)    a pressão demográfica, aliada ao baixo nível técnico da produção agropecuária, à introdução de culturas de rendimento para exportação e à urbanização no século XX, tem gerado graves desequilíbrios econômicos e sociais.
De forma geral, a população da África Negra apresenta os piores indicadores sócio-econômicos do mundo. Enquanto nos países desenvolvidos a população morre, em média, com uma idade superior a 70 anos, nessa parte do mundo raramente a média ultrapassa os 45 anos. Essa expectativa média de vida tão baixa é explicada por inúmeros fatores, tais como a má nutrição, falta de assistência médica e ausência de saneamento básico nos meios rurais.

Acordos e Organizações Político-Econômicas pós-guerra
-        Carta do Atlântico (1941): Estipulava o fim colonização afro-asiática, reconhecia a autodeterminação dos povos. Foi confirmada pela Conferência de Bandung (Indonésia) em 1955;
-        ONU (Organização das Nações Unidas), em 1945;
-        Liga Árabe (1945): Lutava pela independência dos países da África Branca e Oriente Médio;
-        Israel (fundação do Estado de Israel) em 1948;
-        Acordo de Genebra (1954): legitimava a independência de colônias francesas na Ásia;
-        OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), 1949;
-        Pacto de Varsóvia, em 1955;
-        OLP (Organização para a Libertação da Palestina), em 1964.
-        Convenção de Genebra em 1973;
Descolonização Africana
  Iniciada no pós 1ª GGM – Egito e África do Sul;
  Em 1941 é determinado o fim da escravidão no continente;
  São firmados vários acordos de desocupação do continente após a 2ª GGM;
  Grupos étnicos locais passam a disputar o controle político em diversos países – Guerras Civis e Genocídio;
  Na África do Sul a população branca promove o maior movimento de segregação racial da história – o Apartheid.
  Países com guerra civil: Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e Somália;
  Países com disputas religiosas: Serra Leoa, Somália, Etiópia,  Argélia e Sudão;
  HOJE: A população da África Negra apresenta os piores indicadores sócio-econômicos do mundo.