Resumo 1ª GGM
Por Patrícia Carvalho Pinheiro
Introdução
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito
militar ocorrido entre 1914 e 1918, um dos maiores do século XX. Teve
como principais envolvidos as grandes potências imperialistas europeias,
mas também contou com a participação de países de outros continentes, como os
Estados Unidos.
Em razão da amplitude do conflito, do grande número
de envolvidos e das mortes provocadas em campo de batalha, também foi chamada
de a Grande Guerra, em especial no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.
Contexto histórico
O final do século XIX e o início do século XX foram
marcados pelo neocolonialismo das grandes potências europeias em direção a territórios na África
e Ásia. A disputa por colônias, que forneciam matéria-prima e mercados para os
produtos industrializados europeus provocou uma corrida imperialista movimentada
pelo aumento dos investimentos militares.
A disputa por territórios ultrapassou os limites da
África e Ásia e atingiu a própria Europa. Chegou à região dos Balcãs,
importante rota de passagem rumo ao Oriente Médio. Essa região era
objeto de disputas, principalmente entre Alemanha e Rússia, mas que envolviam
também o Império Austro-húngaro e os diversos povos que viviam na região.
Apesar das disputas imperialistas, a Europa vivia
a “Belle Époque”, período de grande otimismo com o desenvolvimento
da ciência, das artes e relativamente pacífico, garantido pela “paz
armada” entre os países imperialistas.
Ou seja, ao mesmo tempo em que não se enfrentavam,
os países investiam pesadamente em armamento e no desenvolvimento de
tecnologias militares. Os conflitos que antecederam a Belle Époque, em especial
a Guerra Franco-prussiana (1870-1871), embora pontuais,
estimularam os sentimentos revanchistas e nacionalistas, como no
caso da França em relação à Alemanha.
Além disso, a própria unificação alemã, em 1871, e
seu despontamento como potência industrial vinham incomodando os ingleses,
então maior potência econômica do continente.
Esperando um possível conflito, as principais
nações europeias procuraram estabelecer alianças em troca de apoio mútuo, o que
resultou em sua divisão em dois grupos: a Tríplice Aliança, formada
em 1882 por Alemanha, Itália e Império Austro-húngaro; e a Tríplice
Entente, que reuniu Inglaterra, França e Rússia em 1907.
Dessa forma, se estabeleceram os dois principais
grupos que se enfrentariam durante a Grande Guerra. Podemos estabelecer suas
principais causas como a corrida imperialista, o revanchismo e
o nacionalismo entre as principais potências europeias.
O início da guerra
Com o acirramento desses conflitos, a situação na
Europa estava à beira de um confronto generalizado. Em 28 de junho de 1914, o
arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império
Austro-húngaro, foi assassinado na cidade de Sarajevo, no território da Bósnia
e Herzegovina, pelo grupo nacionalista sérvio Mão Negra.
Este ponto é considerado o estopim da
Primeira Guerra Mundial, pois provocou uma série de retaliações, acionando
as alianças preestabelecidas e desencadeando o conflito militar.
Em razão do desenvolvimento tecnológico -
que havia sido possível graças à industrialização - e do próprio desenvolvimento
da indústria bélica - com sua produção em massa -, a Primeira Guerra
Mundial provocou um número de mortes até então nunca visto em conflitos
militares. Além do incremento do potencial destrutivo, houve uso intensivo de
aviões e armas químicas em combate.
As novas armas e seu poder destrutivo permitiram o
avanço rápido sobre territórios inimigos, caracterizando a primeira fase da
Grande Guerra, chamada de guerra de movimento. Esta fase durou
pouco tempo, basicamente durante o próprio ano de 1914.
Em oposição ao que ocorreu no início do combate,
sua segunda fase foi marcada pelo avanço lento, quando não pela estagnação nos
campos de batalha. Devido à violência do conflito, os militares
passaram a se proteger em trincheiras - escavações no solo que funcionavam como
abrigo -, a fim de garantir alguma proteção, ainda que precária, aos
combatentes.
Por esta razão, essa segunda fase ficou conhecida
como guerra de trincheiras. Cabe ressaltar que, apesar de
fornecerem alguma proteção nos campos de batalha, a vida nas trincheiras também
proporcionava condições de sobrevivência precárias.
Os soldados sofriam com alagamentos, ataques de
pragas e epidemias, convivendo até mesmo com cadáveres. Além disso, não
possuíam sequer condições razoáveis para dormir, se alimentar, e tratar de seus
ferimentos.
O fim da guerra e o Tratado de
Versalhes
Depois do avanço rápido e da fase seguinte de
estagnação, a Tríplice Entente conseguiu vitórias importantes que deixaram
a Alemanha isolada e contribuíram para sua derrota.
Três fatos importantes ajudaram a determinar os
rumos da Primeira Guerra Mundial:
- após
acordos que envolviam a conquista de territórios, a Itália
passa a apoiar a Tríplice Entente a partir de 1915;
- os
Estados Unidos entram em guerra contra a Alemanha em 1917, procurando
obter vantagens econômicas com o conflito na Europa;
- a
saída da Rússia da guerra após a Revolução de 1917.
Depois de ficar militarmente isolada e
passar por uma série de manifestações e greves internas contra a manutenção da
guerra, a Alemanha se rende em 1918. O Kaiser Guilherme II foge para a Holanda
e o Segundo Reich (Segundo Império Alemão) é substituído
pela República de Weimer.
No ano seguinte, os alemães são obrigados a assinar
o Tratado de Versalhes, que reconhecia a Alemanha como principal
responsável pela guerra e impunha duras sanções ao país.
Como consequência, a Alemanha passaria por
uma grave crise econômica nos anos seguintes que, em conjunto
com o sentimento de revanche da derrota na Primeira Guerra, permitiram a ascensão
do nazismo.
Em paralelo, a Primeira Guerra Mundial também
marcou o fim de quatro grandes impérios, a saber, o Alemão, o Russo, o
Austro-húngaro e o Otomano, dando início a uma nova configuração
geopolítica do mundo.
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