Introdução à Sociologia
Por Patrícia Carvalho Pinheiro
Sociologia é a ciência que estuda a Sociedade (Socio = Sociedade /
Logus = Ciência). O objeto de estudo da Sociologia é o SER HUMANO. Como toda
ciência o objetivo da Sociologia é buscar a verdade “VERDADE CIENTÍFICA”. Para
tanto o sociólogo precisa desenvolver seus estudos com um “Olhar Sociológico”,
olhar científico, se afastando do objeto e o estudando com DESNATURALIZAÇÃO,
isto é, sem utilizar seus conceitos e verdades sociais, buscando compreender o
outro como ele é, e não o julgando com seus próprios preconceitos. É o ato da
reflexão científica.
Por Sociedade é o nome que se dá a um grupo de pessoas sujeitos às
mesmas regras. Ao indivíduo que vive em sociedade, dá-se o nome de CIDADÃO:
cumpre as regras sociais e usufrui dos direitos à eles destinados. Aqueles que
não vivem plenamente em sociedade acabam se isolando às margens dela. O
indivíduo que vive às margens da sociedade por não cumprir suas regras chama-se
MARGINAL. Já o indivíduo que não consegue usufruir de seus direitos sociais é
chamado de MARGINALIZADO.
Existem inúmeras teorias sobre o surgimento das sociedades humanas. No
entanto, todas partem do princípio de que “Todo ser humano é social por
Natureza”, isto é, o homem necessita de seus semelhantes para sobreviver,
perpetuar a espécie e também para se realizar plenamente como pessoa.
À capacidade natural da espécie humana para viver em sociedade dá-se o
nome de SOCIABILIDADE. A Sociabilidade se desenvolve por meio da SOCIALIZAÇÃO
(o indivíduo se integra ao grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de
hábitos e costumes característicos daquele grupo).
A Socialização só é possível através de Contatos Sociais (primeiro
passo para se concretizar qualquer associação humana). Os contatos sociais
podem ser primários (diretos, pessoais, emocionais e íntimos), ou secundários
(quando ocorrem só para se atingir um fim).
A primeira coisa necessária para a concretização de um Contato Social é
a utilização da LINGUAGEM (o que diferencia homens de animais). A linguagem
pode ser escrita, oral, gesticulada ou emocional. Quando há a frustração na
concretização do Contato Social, ocorre um ISOLAMENTO SOCIAL. Mas, quando ela
se concretiza plenamente, temos a INTERAÇÃO SOCIAL.
A PERSONALIDADE (Persona = máscara) é fundamental nesta capacidade
humana de viver em sociedade. Pois o ideal é quando indivíduo que consegue se
adaptar às diferentes sociedades em que vive ajudando a compor suas regras,
agindo colocando suas expectativas e vontades, sem imposição, mas com o
diálogo. Aí a importância da linguagem. 20% da população mundial sobre de distúrbios
de personalidade.
Dentre os distúrbios de personalidade 3% da população tem Psicopatia ou
Sociopatia.
A Psiquiatria estuda distúrbios de personalidade desde os anos 60, com
Elisabeth Kluber Ross, que criou as 5 etapas para a morte, como um referencial
para compreender o medo humano da morte e suas reações diante dela, que são:
Negação, Raiva, Negociação, Depressão e Aceitação.
A Universidade de Oxford criou o Inventário de Personalidade
Psicopática, que permite conhecer as anomalias psíquicas de pessoas adultas
para classificar as diferentes personalidades históricas. Em geral, os traços
psicopáticos são considerados negativos, mas alguns podem ser benéficos desde
um ponto de vista empresarial ou politicamente.
Um psicopata é uma pessoa que sofre um distúrbio psíquico, que afeta a sua forma de interação social,
muitas vezes se comportando de forma irregular e antissocial. DOENÇA: transtorno de personalidade
antissocial. Geralmente começa a manifestar o problema por volta dos 4
anos, e pode ser controlado medicamente até os 9, mas se desenvolve como
criminosos antes dos 15.
Entre as características estão -
extrema inteligência; a coragem e a imunidade ao estresse, não se
preocupa com o futuro; culpam os outros por seus crimes; são lideres natos e carismáticos; têm desvio de caráter; ausência de sentimentos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios; manipulação, narcisismo, egocentrismo, falta de remorso e de culpa para atos
cruéis e inflexibilidade com castigos e punições.
Já os Sociopatas tem como características: Atitudes antissociais, são incapazes de se estabelecerem corretamente
nas normas sociais; Apresenta um temperamento mais introspectivo; Adoram deixar
marcas de sua atuação; Frequentemente estão relacionados a crimes sexuais;
Geralmente os psicopatas são pessoas encantadoras e populares, que
muitas vezes exercem cargos de liderança e que conseguem atrair pessoas para
elas próprias. O psicopata muitas vezes se sente confortável em grupos, vendo
essa situação como uma oportunidade para manipular os outros para o seu próprio
benefício.
O sociopata não é muito bom em contextos sociais, sendo muitas vezes
classificado como uma pessoa antissocial. Apesar disso, o sociopata é capaz de
fingir ou forçar sentimentos, parecendo estar à vontade ou contente quando na
realidade não está.
Em relação à 80% da população mundial, a Interação Social ocorre com a
ASSIMILAÇÃO (ajustamento social, onde
indivíduos ou grupos diferentes tornam-se mais semelhantes, ISTO É
PERSONALIDADE), que pode se dar através
de COOPERAÇÃO (diferentes pessoas, grupos ou comunidades trabalham juntos para
um mesmo fim) ou de COMPETIÇÃO (indivíduos que agem uns contra os outros em
busca de uma melhor situação – podendo gerar uma elevada tensão social, chamada
CONFLITO). O término de um conflito pode ocorrer por ACOMODAÇÃO (quando um
adversário derrota o outro, onde o derrotado é liquidado ou escravizado), ou
por Assimilação.
Um conceito bastante discutido na Sociologia é o de ACULTURAÇÃO (a
perda total de padrões culturais por um indivíduo, que incorpora totalmente a
cultura de outra sociedade). Hoje, a comunidade científica internacional
acredita que este conceito seja ultrapassado, por ninguém perde totalmente suas
referências culturais. Cultura não se perde, se transforma, desde modo o que há
não é Aculturação e sim TRANSFORMAÇÕES CULTURAIS.
O Isolamento social geralmente leva o indivíduo a situações extremas
frequentemente diagnosticadas por demência (depressão, esquizofrenia, loucura,
e, até, o suicídio).
Para se viver em sociedade, de forma a evitar-se o conflito pela interação
social, o princípio básico é a SOLIDARIEDADE (troca afetiva e material que
geralmente se estabelecem nas pequenas organizações comunitárias).
Por SOCIEDADE deve-se pensar em algo de valor social pleno, onde todas
as relações humanas se concretizam. Existem dois tipos de sociedades:
Comunitárias (pequenas comunidades) e Societárias (como as grandes organizações
sociais: cidades, países, etc).
COMUNIDADE é o nome que se dá a pequenas sociedades, onde os indivíduos
a ela pertencente mantém vínculos significativos de hábitos e costumes.
Características das Comunidades:
a)
nitidez: é o limite territorial claro da comunidade (onde ela começa e
termina);
b)
pequenez: limitada por uma proporção ínfima diante da sociedade;
c)
homogeneidade: as atividades e o estado de espírito dos indivíduos que as
compõem são muito semelhantes;
d)
auto-suficiência: atente às necessidades de seus membros.
Exemplos de comunidades: grupos com a mesma
identidade musical, social, vicinal, religiosa, emocional, familial, educativo,
de lazer, profissional, político, étnico ou regional, etc.
Comunidades possuem regras, sociedades leis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário