CULTURA ÁRABE
Por Patrícia Carvalho
Pinheiro
QUESTÕES
ETNICO-RELIGIOSAS
Vários dos ataques terroristas
ocorrentes no mundo são assumidos por grupos terroristas islâmicos
fundamentalistas, que utilizam a desculpa da religião para atacar militarmente
seus inimigos políticos.
As origens histórias da chamada “Jihad
Islâmica – Guerra Santa” tem como base a formação das 3 maiores religiões
monoteístas do mundo: O Judaísmo, o Islamismo e o Cristianismo, todas herdeiras
de Abraão e, segundo princípios religiosos islâmicos eles formam o verdadeiro
POVO DE DEUS na Terra e têm direitos sobre Canaã.
Esses conflitos religiosos se
intensificaram com a disputa política pelo território do Oriente Médio (maior
região petrolífera do mundo).
Em 1948 foi fundado o Estado de
Israel, em atenção às vítimas do Holocausto. Para tanto povos árabes de territórios
de vários países (Jordania, Síria, Libano e Egito), foram obrigados a deixar
seus lares para abri espaço para a formação do novo pais.
Muitos destes povos passaram a viver
em campos de exilados, sem cidadania e sem reconhecimento legal. Entre os anos
60 e 70 a política expansionista de Israel conquistou mais territórios,
deixando milhares de árabes apatriados. Muitos campos de exilados existem até
hoje.
Movimentos Sociais surgiram na
tentativa de amenizar a situação, criando um novo país para estes árabes
exilados (a Palestina). Mas acordos pré acordos entre judeus e palestinos nunca
foram concretizados, pois ninguém abre mão de territórios da antiga Canaã para
a coexistência dos dois países.
QUESTÕES
POLÍTICO-ECONÔMICAS
Em 1979, os afegãos expulsaram os
soviéticos de seu território, mas devido a pressões de Israel, os USA não
enviaram a promessa financeira ao Afeganistão.
Graças a essa não-ação dos USA, os
Talibãs implantaram no Afeganistão um sistema de governo fundamentalista,
surgindo com isso um sentimento de revanchismo contra os estadunidenses. Tal
sentimento desenvolveu-se com o apoio financeiro do milionário saudita Osama
bin Laden.
A traição estadunidense também gerou
revanchismo em outros países islâmicos, principalmente no Irã.
O Irã faz parte do círculo de maior
produção petrolífera do mundo, o Golfo Pérsico. Irã, Iraque, Arábia Saudita e
Kuwait, são responsáveis por 90% da produção de petróleo no mundo. Sozinhos, os
USA consomem 70% do petróleo mundial, o que os tornam dependentes da produção
do Golfo.
Em 1979, o Irã passa pela Revolução
dos Aiatolás, quando o fundamentalista Aiatolá Khomeini assume o governo, e
desregra a cotação mundial de petróleo, e bloqueando o envio do combustível aos
USA.
Para contornar a situação, em 1980 os
USA resolvem financiar o maior rival do Irã na região. O Iraque, do jovem
governante Saddan Hussein aceita uma proposta dos USA, muito parecida com a
feita aos Talibãs em 73. Mas para tanto, Saddan exigiu do governo estadunidense
o envio de armas químicas, biológicas e nucleares ao Iraque. Os USA aceitaram o
acordo.
A Guerra Irã-Iraque durou de 1980 à
88, e ao final dela, mais uma vez, os USA não cumpriram o acordo de envio
financeiro para a reconstrução do Iraque no pós-guerra.
Como represália, em 1990 o Iraque
invade o Kuwait, e bloqueia a exportação de petróleo para os USA.
Em 18 de janeiro de 1991, os USA
comandam 28 nações na desocupação do Kuwait, com o aval da ONU. O episódio
ficou conhecido como A Guerra do Golfo. No entanto, o então presidente dos USA,
George Bush, foi impedido, pela própria ONU, de invadir o Iraque, o que poderia
acarretar em uma guerra de destruição em massa, mediante o perigo das armas de
ambos países.
Principais grupos
“Terroristas” da atualidade:
- Al-Qaeda: Com nome que
significa “a base” em árabe, essa é a organização terrorista mais conhecida do
mundo, sobretudo em razão dos atentados às torres do World
Trade Center, em 11 de setembro de 2001. Ela é majoritariamente
composta por muçulmanos fundamentalistas e tem por objetivo erradicar a
influência ocidental sobre o mundo árabe. Foi criada em 1980 para defender o
território do Afeganistão contra a URSS, que buscava expandir o domínio
socialista sobre o país. Inicialmente essa organização contava com o apoio dos
EUA, mas rompeu relações com esse país no início da década de 1990. São unidos
aos Talibãs (universitários) que é um grupo político que atua no
Paquistão e no Afeganistão, também preocupado com a aplicação das leis da sharia.
O grupo comandou o Afeganistão desde 1996 até 2001, quando os EUA invadiram o
país após os atentados de 11 de setembro. Com a retirada das tropas
estrangeiras, o grupo vem fortalecendo-se e retomando o controle de boa parte
do território afegão.
- Boko Haram: o significado do
seu nome é “a educação não islâmica é pecado”, sendo às vezes traduzido também
como “a educação ocidental é pecado”. O Boko Haram é também uma organização
antiocidental que objetiva implantar asharia (lei
islâmica) no território da Nigéria. Ela foi fundada em 2002, mas ganhou
notoriedade maior em 2014 com o sequestro de centenas de jovens, além de uma
série de atentados que resultou em uma grande quantidade de mortes. Os
atentados mais radicais iniciaram-se em 2009, quando o então líder e fundador,
Mohammed Yusuf, foi assassinado pela polícia nigeriana.
- Hamas: apesar de não ser
considerado como um típico grupo terrorista por alguns analistas, o Hamas —
sigla em árabe para “Movimento de Resistência Islâmica” — é temido pela maioria
das organizações internacionais e Estados, sendo por isso classificado como
tal. Ele atua nos territórios da Palestina, tendo como objetivo a destruição do
Estado de Israel e a consolidação do Estado da Palestina. O seu braço armado é
uma frente chamada de Al-Qassam, além de
configurar-se também como um partido político que, inclusive, venceu as
eleições em 2006 e que hoje controla a Faixa de Gaza. Países apoiadores do
Hamas, como Turquia e o Qatar, não consideram o grupo como uma entidade
terrorista, mas sim uma frente política legítima.
- Estado Islâmico (EIIS): o Estado Islâmico
no Iraque e na Síria (EIIS) é um grupo terrorista jihadista que age nos dois
referidos países, tendo surgido em 2013 como uma dissidência da Al-Qaeda,
inspirando-se nesse grupo. O seu líder é Abu Bakr al-Baghdadi, que liderou a
Al-Qaeda no Iraque em 2010 e que havia participado da resistência à invasão dos
Estados Unidos ao território iraquiano em 2003. O objetivo do EIIS é a criação
de um emirado islâmico abrangendo os territórios da Síria e do Iraque.
-
Hezbollah: ("partido de Deus")
é uma organização com atuação política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita sediada no Líbano. É uma força significativa na política
libanesa, responsável por diversos serviços sociais, além de operar escolas, hospitais e serviços agrícolas para milhares de xiitas libaneses. Também tem controle no plantio de
marijuana e na produção de haxixe no Vale Bekaa, na divisa com a Síria. É
considerado um movimento de resistência legítimo
por grande parte do mundo islâmico e árabe. O grupo, no entanto, é considerado uma organização
terrorista pelos Estados Unidos.
PRINCIPAIS
ATENTADOS TERRORISTAS DA HISTÓRIA
18. A Grande Apreensão
da Mesquita
Este ato terrorista, que
ocorreu entre 20 de Novembro de 1979 e 5 de dezembro de 1979, foi feito por
dissidentes islamistas de Meca, o lugar mais sagrado do Islã. O líder dos
rebeldes, Mohammed Abdullah al-Qahtani, declarou que ele é o "Mahdi" ou
"redentor" do Islã e todos os muçulmanos devem obedecer-lhe.
Centenas de peregrinos
que estavam presentes para o "hajj" anual foram tomados como reféns e
alguns deles foram mortos junto com os rebeldes no meio do fogo cruzado que se
seguiu para o controlo do local. O cerco terminou com a morte de 255 peregrinos
e militantes e com 500 feridos.
17. Atentado ao
Quartel Beirute
Um dos maiores atos de
terrorismo na década de 1980, ocorreu a 23 de outubro de 1983, no auge da
Guerra Civil Libanesa, quando dois caminhões-bomba explodiram perto da
embaixada dos EUA e de forças militares francesas.
O ataque contra as forças
multinacionais no Líbano foi reivindicada pela organização Jihad Islâmica, o
nom de guere para o Hezbollah, que estava recebendo ajuda da República do Irã e
Islã. Morreram 241 soldados.
16. Voo Pan Am 103
Este evento aconteceu a
21 de dezembro de 1988 num voo transatlântico Pan Am do Aeroporto de Heathrow
para o Aeroporto Internacional JFK, em Nova Iorque. O Boeing 747-121, explodiu
matando todos os 243 passageiros a bordo, bem como os seus 16 tripulantes antes
de cair em Lockerbie, na Escócia matando mais 11 pessoas no chão.
Os 3 anos de investigação
conjunta da polícia escocesa e do FBI resultaram na prisão de 2 cidadãos líbios
que foram entregues pelo líder líbio Muammar Gaddafi. Gaddafi também indemnizou
as famílias das vítimas, embora defendesse não ter ordenado o ataque que
resultou em mais teorias da conspiração.
15. Atentados de
Bombaim
Um trágico atentado
terrorista envolveu 13 explosões em Bombaim (agora Mumbai), na Índia. O ataque
a 12 de março de 1993, resultou na morte de 270 civis e fez mais de 700
feridos. Organizado por Dawood Ibrahim, o atentado foi realizado como um ato de
vingança contra o massacre muçulmano generalizado de dezembro para janeiro e a
destruição do Babri Masjid.
14. Ataque à Cidade de
Oklahoma
O pior ato de terrorismo
nos EUA antes dos ataques do 11 de setembro, foi o bombardeamento que ocorreu a
19 de abril de 1995, no Alfred P. Murrah Federal Building, um complexo de
escritórios em Oklahoma, que custou a vida de 168 pessoas, 19 das quais eram
crianças, e deixou mais de 800 feridos.
Também causou danos a 324
edifícios num raio de 16 quarteirões, queimou 86 carros, quebrou as vidraças de
258 edifícios, resultando em 652.000 mil dólares no valor de danos. O autor,
Timothy McVeigh, foi condenado à morte por injeção letal em 2001.
13. Ataque Bentalha,
Argélia
Também conhecido como o
"Massacre Bentalha", este evento trágico aconteceu de 22 a 23 de
setembro de 1997, quando guerrilheiros armados invadiram a aldeia e mataram
entre 200 e 400 dos seus habitantes.
Tudo começou com uma
explosão perto dos laranjais no bairro de Hai el-Djilali, seguida de
assaltantes armados com metralhadoras, facões e espingardas de caça indo de
casa em casa e abatendo homens, mulheres e crianças. O ato foi reivindicada
pelo Grupo Islâmico Armado, que também foi responsável por outros massacres,
incluindo a do Hais Rais.
12. Ataque às
Embaixadas dos EUA
Esta foi uma série de
ataques terroristas contra embaixadas dos EUA, nas cidades do Leste Africano de
Nairobi e Dar es Slaam, a 7 de agosto de 1998, que marcou o 8º aniversário da
chegada das forças dos EUA à Arábia Saudita.
As explosões de
caminhão-bomba foram ligadas ao grupo terrorista Al Qaeda local, liderada por
Osama bin Laden. Os caminhões, que estavam carregados com 3 a 17 toneladas de
materiais explosivos, detonaram simultaneamente, fazendo mais de 200 mortos e
milhares de feridos.
11. Atentando de
Karachi
O atentado em Karachi, a
18 de outubro de 2007, aconteceu no dia antes do primeiro-ministro Benazir
Bhutto ser recebido em casa depois de 8 anos de auto-exílio no Dubai e Londres.
As explosões ocorreram durante uma carreata a caminho do aeroporto para o
túmulo de Muhammad Ali Jinnah.
Três vans da polícia
suportaram o impacto das explosões, matando 20 policiais imediatamente e
resultando na morte de 139 pessoas, a maioria dos quais eram membros do Partido
do Povo do Paquistão (PPP).
10. Atentado de Bali
Considerado o mais mortal
dos atos de terrorismo na história da Indonésia, este evento trágico ocorreu a
12 de outubro de 2002, numa zona turística de Kuta. Resultou na morte de 202
pessoas, incluindo 38 locais.
Os ataques a casas
noturnas locais foram realizados por alguns membros da Jemaah Islamiyah, um
grupo islâmico terrorista, com o uso de duas bombas colocadas em uma mochila
carregada por homens-bomba e um carro-bomba, enquanto uma terceira bomba
explodiu na embaixada dos EUA, em Denpasar.
9. Atentado aos Trens
de Madrid
Também conhecido como
"11-M", este é considerado o mais trágico ataque terrorista na
Europa, que ocorreu a 11 de março de 2004. A série de atentados sincronizados
no trem cercania em Madrid, foram perpetrados por um grupo terrorista de
inspiração al-Qaeda. Morreram quase 200 pessoas.
8. Atentando do
Superferry 14
O mais mortífero ataque
terrorista do mundo no mar aconteceu a 27 de fevereiro de 2004 e resultou no
naufrágio do Superferry 14, 90 minutos após zarpar do porto de Manila a caminho
de Cagayan de Oro City.
Perpetrado por um grupo
terrorista islâmico, acabou com a morte de 116 pessoas. Inicialmente pensou-se
ser um acidente, mas as investigações mais tarde revelaram que um aparelho de
televisão com 4 kg de TNT foi a causa da explosão. Apesar de vários grupos
terroristas reivindicarem a tragédia, verificou-se ser o Abu Sayyaf por trás
dessa atrocidade.
7. Atentado dos
Transportes de Londres
A 7 de julho de 2005, uma
série de 3 explosões foram ouvidas a bordo dos trens do metrô de Londres em
toda a cidade, enquanto o quarto explodiu em 1 de 2 andares em Tavistock
Square.
Os ataques foram causados
por dispositivos caseiros à base de peróxido orgânico que foram embalados em
mochilas transportadas por homens-bomba. O ataque de 57 minutos terminou com a
morte de 52 civis e 4 homens-bomba, e feriu mais de 700.
6. Ataque à Cidade de
Sadr
A 23 de novembro de 2006,
este ataque envolveu uma série de carros-bomba e 2 morteiros. Um dos ataques
terroristas mais trágicos em Bagdá, onde, pelo menos, 215 pessoas morreram,
enquanto outras 257 ficaram feridas.
Tendo como alvo favelas
xiitas na cidade, que resultou em um toque de recolher de 24 horas e o
encerramento do Aeroporto Internacional de Bagdá. Os muçulmanos xiitas também
retaliaram, queimando 6 árabes sunitas vivos com querosene.
5. Atentado dos Trens
de Mumbai
A 11 de julho de 2006,
uma série de 7 explosões foram ouvidas na estrada de ferro suburbana em Mumbai,
que resultaram na morte de 209 pessoas e em 714 feridos. As bombas, que estavam
dentro de panelas de pressão para aumentar a reação termobárica.
Realizada pela
Lshkar-e-Talba e o Movimento Islâmico de Estudantes da Inida (SIMI), este
atentado foi feito em retaliação à opressão percebida das minorias muçulmanas
nas regiões de Gujarat e Caxemira.
4. Atentados em Bagdá
Estes ataques terroristas
envolveram 5 carros-bomba que explodiram em toda a cidade de Bagdá no dia 18 de
abril de 2007. Essa violência, que visava os civis xiitas, foi uma
reminiscência dos conflitos antes da capital iraquiana ser garantida. Fez cerca
de 200 vítimas.
3. Atentado em Al
Hillah
Este ataque terrorista
foi cometido contra muçulmanos xiitas, que estavam a caminho de Al Hillah em
peregrinação, a 6 de março de 2007. Dois homens-bomba com coletes explosivos
misturaram-se na multidão que comemorava uma festa tradicional. Quase 200 pessoas
morreram.
2. Ataque às
Comunidades Yazidi
O ataque mais mortífero
já cometido, a seguir ao 11 de setembro, aconteceu a 14 de agosto de 2007,
quando 4 atentados suicidas explodiram nas cidades de Yazidi e Jazeera. O
ataque com carro-bomba fez 796 vítimas, enquanto 1562 pessoas ficaram feridas.
As 2 toneladas de
explosivos que os 3 carros e um tanque de combustível fizeram com que os
edifícios desmoronaram, prendendo todo mundo por baixo, enquanto outros
naufragaram e achataram bairros inteiros.
1. Atentado do 11 de
setembro
A 11 de setembro de 2001,
uma sucessão de quatro ataques coordenados foi lançado pela al-Qaeda nas áreas
de Nova Iorque e Washington, nos EUA. Cinco aviões foram sequestrados por 19
terroristas.
Dois desses aviões, o
American Airlines Flight 11 e o United Airlines Flight 175, colidiram com as
torres norte e sul do World Trade Center, em Nova Iorque. Os edifícios entraram
em colapso após duas horas e levaram à destruição de edifícios próximos.
O terceiro avião, o voo
77, tinha como alvo o Pentágono, enquanto o último, o United Airlines Flight
93, tinha como objetivo o Capitólio, em Washington, mas caíram num campo na
Pensilvânia, quando os passageiros tentaram dominar os sequestradores. Este
evento catastrófico matou 3.000 pessoas.
Atentado
ao jornal Charlie Hebdo: 07/01/2015
Fonte:
http://www.ciencia-online.net/
Instituições da ONU
Assembléia
Geral: reúne todos os
países associados e constitui o órgão mais importante;
Conselho de Segurança: tem a missão de manter a paz e a
segurança mundial e que toma decisões sobre conflitos entre países;
Secretaria
Geral: administra a
instituição e executa os programas e políticas elaboradas pela entidade;
Conselho
Econômico e Social: é
o responsável pelos programas sociais e econômicos;
Corte
Internacional de Justiça:
julga as disputas entre os países.
Também
fazem parte da ONU a UNESCO, a OMS, a OIT, o BIRD (BM) e o FMI.