SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO
Por Patrícia Carvalho
Pinheiro
A Sociologia da Religião é um
ramo da Sociologia e ela se fundamenta na compreensão humana entre o “profano”
e o “sagrado”. Independente da crença, o que é mais significativo da
religião para a Sociologia é o papel fundamental que ela exerce na vida social
e na evolução da história humana.
A
primeira origem da palavra RELIGIÃO: Do latim religio, que
significa “louvor e reverência Outra origem para a palavra vem da interpretação
de Cícero (45 a.C.): Relegere significa
“reler” ou “revisitar” e foi associado ao ato da constante releitura e
interpretação das escrituras para se aproximar dos Deuses; Depois dele, Lactâncio (século III e IV d.C.) Volta
à anterior origem mas já numa esfera Cristã: religare: 'religar',
argumentando que a religião é um laço de piedade que serve para religar os seres humanos a Deus.
Segundo Durkheim, o surgimento da
religião está ligada a necessidade de inúmeros povos da antiguidade em explicar
fenômenos naturais ou justificar as estruturas sociais dos grandes impérios,
com a existência de escravos e escravizadores; ricos e pobres; reis e súditos.
Por se tratar de necessidade de
muitas e diferentes explicações as primeiras religiões se fundamentaram na
MITOLOGIA (Conjunto dos mitos de determinado povo; Estudo dos mitos, suas
origens, evolução, significado).
MITHÓS = NARRATIVA
Procura explicar e demonstrar,
por meio da ação e do modo de ser das personagens, a origem das coisas. Os
mitos se concretizam nos ritos. O
rito é o modo de se pôr em ação o mito na vida do homem - em cerimônias,
danças, orações e sacrifícios.
Assim existe uma diferenciação entre Religiosidade e
Religião: religiosidade é a fé, a crença em algo supremo ou sagrado, como
superior a nós serem humanos, que vivemos em uma relação com o profano.
Religião é o conjunto de práticas, rituais, cerimônias que concretizam uma
religiosidade coletiva.
Considerando que as sociedades ocidentais são fundamentadas
no judaico-cristianismo, e que algo que se discute muito, dentro de uma visão
Eurocêntrica, são refugiados de guerra e terrorismo, a compreensão das
Estruturas das Religiões Monoteístas se faz de grande importância. THÉOS – DEUS
/ PÓLIS = MUITOS – Politeísmo é a crença
em vários Deuses / MONO = UM SÓ – Monoteísmo é a crença em um só Deus.
As origens histórias
da chamada “Jihad Islâmica – Guerra Santa” tem como base a formação das 3
maiores religiões monoteístas do mundo: O Judaísmo, o Islamismo e o
Cristianismo, todas herdeiras de Abraão e, segundo princípios religiosos
islâmicos eles formam o verdadeiro POVO DE DEUS na Terra e têm direitos sobre
Canaã.
JUDAÍSMO
O
judaísmo é a religião monoteísta mais antiga do mundo. Originou-se por volta do
século XVIII a.C., quando Deus mandou Abraão procurar a terra prometida. Seu
desenvolvimento ocorreu de forma conjunta ao da civilização hebraica, através
de Moisés, Davi, Salomão etc., sendo que foram esses dois últimos os reis que
construíram o primeiro templo em Jerusalém.
Os
judeus acreditam que YHWH (Javé ou Jeová, em português) seja o criador do
universo, um ser onipresente, onipotente e onisciente, que influencia todo o
universo e tem uma relação especial com seu povo. O livro sagrado dos judeus é
o Torá ou Pentateuco, revelado diretamente por Deus. O início é dotado de
relatos sobre a criação e sobre as promessas de Deus que foram relevadas para
Moisés, Abraão e para demais profetas que foram enviados para a Terra, como é o
caso de Messias, o salvador. Para o judaísmo, o pecado mais mortal de todos é o
da idolatria, ou seja, a prática de adoração a ídolos e imagens.
Os
livros sagrados dentro do judaísmo não fazem referência à vida após a morte, no
entanto, após o exílio na Babilônia, os judeus assimilaram essa ideia. Na
verdade, essas crenças variam conforme as várias seitas judaicas. A base da
religião judaica está na obediência aos mandamentos divinos estabelecidos nos
livros sagrados, uma vez que, para eles, isso é fazer a vontade de Deus e
demonstrar respeito e amor pelo criador.
CRISTIANISMO
A
palavra cristianismo remete
diretamente à palavra Cristo que, no caso, significa Messias, ou seja, uma
pessoa ungida ou consagrada.
O
cristianismo tem como base a
crença de que todos os seres humanos, assim como Cristo, são eternos
(considerando que o Messias ressuscitou três dias após a sua morte).
Tais
ensinamentos que criam o verdadeiro sustento da fé dos cristãos estão descritos
na Bíblia (constituída em 380 d.C, no Concílio de Nicéia), que por sua vez, é
dividida em duas partes: a do Antigo Testamento e a do Novo Testamento.
O
Antigo Testamento é aquele que traz todos os ensinamentos com base na lei de
Torá, ou seja, a judaica. Já o Novo Testamento é composto pelos ensinamentos do
próprio Cristo, sendo essa parte da Bíblia escrita por seus seguidores. As
principais partes do testamento são as que envolvem os quatro evangelhos, que
foram escritos pelos apóstolos Lucas, Mateus, Marcos e João. Além disso, o novo
Testamento também inclui os Atos dos Apóstolos, com ensinamentos e cartas que
foram contestados boca a boca na era dos cristãos. Os destaques vão para o
Apocalipse e para as cartas de Paulo.
Na
época em que Jesus Cristo nasceu, ou seja, aproximadamente no ano 7º antes de
Cristo, o império romano estava
liderando a Palestina. Enquanto isso, o
Messias de Deus crescia em um pequeno vilarejo dentro da cidade de Belém, bem
próximo de Jerusalém. Os judeus que eram praticamente escravos dos romanos, não
viam a hora em que Messias chegasse, já que se instaurou o conhecimento de que ele seria um grandioso homem de guerra e com
capacidade de liderar a nação em âmbito político. Além disso, ele era também o
enviado capaz de tirar os judeus de uma dominação romana, e era a representação
de um Deus materializado, coisa nunca existente na mitologia. Por isso, é claro
que não foi bem aceito por todos. Para as grandes autoridades e entidades
religiosas daquela época, essencialmente judaicas, Jesus Cristo era considerado
um “blasfemo”, já que se autodenominava como um Messias. Para eles, o homem não
tinha nem o poder e nem se quer aparência para se tornar um líder religioso.
Ficou claro que os judeus esperavam por outro tipo de homem para garantir
liberdade após a dominação dos romanos. Jesus Cristo era considerado, nesta
época, como um “agitador popular”, já que pregava o amor ao próximo e a paz
mundial para todos.
Sua
não adoração e aceitação fez com que ele fosse preso e crucificado, o que levou
às autoridades a pensarem que os seus discípulos logo se dispersariam, deixando
também os seus ensinamentos de lado.
Mas
o que ocorreu foi o contrário e é exatamente nesse momento que a fé cristã é
provada: Jesus Cristo ressuscita e aparece para todos os seus apóstolos,
ordenando para que se espalhassem por todo o mundo com o intuito de pregar
mensagens de paz, salvação, amor e restauração.
Por
fim, devemos destacar que o cristianismo se multiplicou em todo o mundo, sendo
a sua difusão iniciada na Grécia e na Ásia.
Hoje, a religião dominante no mundo ainda é o catolicismo.
Dentro
da imensidão do Império Romano, foi religião proibida até 313 quando o
Imperador Constantino, ao converter-se, por pressão político-popular permitiu
sua prática por todas as dominações de Roma. Passou a ser OBRIGATÓRIO no
Império com a imposição do Imperador e Papa Trajano (380), e passa ao controle
político dos territórios de Roma após a queda do Império em 476, após invasões
bárbaras.>
Em
380 também, houve uma primeira grande separação do cristianismo: o catolicismo
ortodoxo se fundamentou com sede na Grécia, enquanto a Católica Apostólica
permaneceu com sede em Roma
Perdendo
territórios na Ásia a Igreja Católica expandiu-se pela Europa, com a conversão
dos povos, através da apropriação religiosa de várias culturas.
Após
conquistar o ocidente, voltou a tentar a conquista do Oriente, com as Cruzadas,
sem êxito, devido a já dominação do islamismo na região.
Mesmo
assim, o cristianismo expandiu-se por todo o ocidente após as navegações, com a
colonização de América, África e parte da Ásia.
A Reforma Protestante (1517 – 1648) foi a
segunda grande ruptura do cristianismo, e se deu após alguns padres se
rebelarem contra a inquisição católica, após navegações. LUTERO (ALE), CALVINO (FRA) e HENRIQUE VI
(ING) deram origem a todas os diversos seguimentos do protestantismo atual, no
Brasil denominados Evangélicos.
ISLAMISMO:
É a religião
monoteísta fundada pelo Profeta Maomé (Muhamad), em 622. "Islã" é uma
palavra árabe que significa “submissão”. Assim, aqueles que obedecem
"Alá", e aceitam Maomé como seu profeta, são chamados de muçulmanos.
Tem seus fundamentos no Livro Sagrado, o
CORÃO (que reúne a Torá, trechos de Evangelhos e os ensinamentos de Maomé. O Islã, significativo em seu teor
religioso, é também uma doutrina moral e política, como as demais religiões
monoteístas.
O islamismo está
subdividido em dois grandes grupos religiosos:
Xiita – segue os preceitos do profeta
literalmente; são mais radicais; fundamentalistas. Os países que seguem a
política xiita tem o Corão como lei, e seus governantes são herdeiros diretos
de Maomé.
Sunita – segue as sunas (escritos dos discípulos de
Maomé); são mais liberais, adaptaram as palavras do Corão aos tempos modernos,
e, como os países judaico-cristãos, procedem com governos em forma de Estado
Laico.
Entre as obrigações dos fiéis do Islamismo estão
as orações obrigatórias, cinco vezes ao dia, voltado para Meca; não exercer o
culto de imagens, o que para eles representa um ato de idolatria, e visitar
Meca pelo menos uma vez na vida. Aliás, esta é uma das cidades sagradas para os
muçulmanos, que assim consideram também Medina, onde o Profeta edificou sua
primeira mesquita.
Jerusalém,
que os islamitas acreditam ser o local de onde Maomé ascendeu aos céus, na
direção do Paraíso, para lá permanecer junto a Jesus e a Moisés.
Esta religião tem crescido muito nos últimos
tempos, é agora a segunda maior do Planeta. Seus seguidores já ultrapassam a
casa dos 1.2 bilhões, com grande parte de seus discípulos
localizada nos países árabes do Oriente Médio e do Norte da África.
Por ser religião abraamica e fundamentada em
Canaã, os árabes também são denominados semitas, como os hebreus.