quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Resumo 1ª série - 4º bimestre (ÁRABE)

CULTURA ÁRABE

Por Patrícia Carvalho Pinheiro

QUESTÕES ETNICO-RELIGIOSAS
Vários dos ataques terroristas ocorrentes no mundo são assumidos por grupos terroristas islâmicos fundamentalistas, que utilizam a desculpa da religião para atacar militarmente seus inimigos políticos.
As origens histórias da chamada “Jihad Islâmica – Guerra Santa” tem como base a formação das 3 maiores religiões monoteístas do mundo: O Judaísmo, o Islamismo e o Cristianismo, todas herdeiras de Abraão e, segundo princípios religiosos islâmicos eles formam o verdadeiro POVO DE DEUS na Terra e têm direitos sobre Canaã.
Esses conflitos religiosos se intensificaram com a disputa política pelo território do Oriente Médio (maior região petrolífera do mundo).
Em 1948 foi fundado o Estado de Israel, em atenção às vítimas do Holocausto. Para tanto povos árabes de territórios de vários países (Jordania, Síria, Libano e Egito), foram obrigados a deixar seus lares para abri espaço para a formação do novo pais.
Muitos destes povos passaram a viver em campos de exilados, sem cidadania e sem reconhecimento legal. Entre os anos 60 e 70 a política expansionista de Israel conquistou mais territórios, deixando milhares de árabes apatriados. Muitos campos de exilados existem até hoje.
Movimentos Sociais surgiram na tentativa de amenizar a situação, criando um novo país para estes árabes exilados (a Palestina). Mas acordos pré acordos entre judeus e palestinos nunca foram concretizados, pois ninguém abre mão de territórios da antiga Canaã para a coexistência dos dois países.

QUESTÕES POLÍTICO-ECONÔMICAS
Em 1979, os afegãos expulsaram os soviéticos de seu território, mas devido a pressões de Israel, os USA não enviaram a promessa financeira ao Afeganistão.
Graças a essa não-ação dos USA, os Talibãs implantaram no Afeganistão um sistema de governo fundamentalista, surgindo com isso um sentimento de revanchismo contra os estadunidenses. Tal sentimento desenvolveu-se com o apoio financeiro do milionário saudita Osama bin Laden.
A traição estadunidense também gerou revanchismo em outros países islâmicos, principalmente no Irã.
O Irã faz parte do círculo de maior produção petrolífera do mundo, o Golfo Pérsico. Irã, Iraque, Arábia Saudita e Kuwait, são responsáveis por 90% da produção de petróleo no mundo. Sozinhos, os USA consomem 70% do petróleo mundial, o que os tornam dependentes da produção do Golfo.
Em 1979, o Irã passa pela Revolução dos Aiatolás, quando o fundamentalista Aiatolá Khomeini assume o governo, e desregra a cotação mundial de petróleo, e bloqueando o envio do combustível aos USA.
Para contornar a situação, em 1980 os USA resolvem financiar o maior rival do Irã na região. O Iraque, do jovem governante Saddan Hussein aceita uma proposta dos USA, muito parecida com a feita aos Talibãs em 73. Mas para tanto, Saddan exigiu do governo estadunidense o envio de armas químicas, biológicas e nucleares ao Iraque. Os USA aceitaram o acordo.
A Guerra Irã-Iraque durou de 1980 à 88, e ao final dela, mais uma vez, os USA não cumpriram o acordo de envio financeiro para a reconstrução do Iraque no pós-guerra.
Como represália, em 1990 o Iraque invade o Kuwait, e bloqueia a exportação de petróleo para os USA.
Em 18 de janeiro de 1991, os USA comandam 28 nações na desocupação do Kuwait, com o aval da ONU. O episódio ficou conhecido como A Guerra do Golfo. No entanto, o então presidente dos USA, George Bush, foi impedido, pela própria ONU, de invadir o Iraque, o que poderia acarretar em uma guerra de destruição em massa, mediante o perigo das armas de ambos países.

Principais grupos “Terroristas” da atualidade:
- Al-Qaeda: Com nome que significa “a base” em árabe, essa é a organização terrorista mais conhecida do mundo, sobretudo em razão dos atentados às torres do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. Ela é majoritariamente composta por muçulmanos fundamentalistas e tem por objetivo erradicar a influência ocidental sobre o mundo árabe. Foi criada em 1980 para defender o território do Afeganistão contra a URSS, que buscava expandir o domínio socialista sobre o país. Inicialmente essa organização contava com o apoio dos EUA, mas rompeu relações com esse país no início da década de 1990. São unidos aos Talibãs (universitários) que é um grupo político que atua no Paquistão e no Afeganistão, também preocupado com a aplicação das leis da sharia. O grupo comandou o Afeganistão desde 1996 até 2001, quando os EUA invadiram o país após os atentados de 11 de setembro. Com a retirada das tropas estrangeiras, o grupo vem fortalecendo-se e retomando o controle de boa parte do território afegão.
- Boko Haram: o significado do seu nome é “a educação não islâmica é pecado”, sendo às vezes traduzido também como “a educação ocidental é pecado”. O Boko Haram é também uma organização antiocidental que objetiva implantar asharia (lei islâmica) no território da Nigéria. Ela foi fundada em 2002, mas ganhou notoriedade maior em 2014 com o sequestro de centenas de jovens, além de uma série de atentados que resultou em uma grande quantidade de mortes. Os atentados mais radicais iniciaram-se em 2009, quando o então líder e fundador, Mohammed Yusuf, foi assassinado pela polícia nigeriana.
- Hamas: apesar de não ser considerado como um típico grupo terrorista por alguns analistas, o Hamas — sigla em árabe para “Movimento de Resistência Islâmica” — é temido pela maioria das organizações internacionais e Estados, sendo por isso classificado como tal. Ele atua nos territórios da Palestina, tendo como objetivo a destruição do Estado de Israel e a consolidação do Estado da Palestina. O seu braço armado é uma frente chamada de Al-Qassam, além de configurar-se também como um partido político que, inclusive, venceu as eleições em 2006 e que hoje controla a Faixa de Gaza. Países apoiadores do Hamas, como Turquia e o Qatar, não consideram o grupo como uma entidade terrorista, mas sim uma frente política legítima.
- Estado Islâmico (EIIS): o Estado Islâmico no Iraque e na Síria (EIIS) é um grupo terrorista jihadista que age nos dois referidos países, tendo surgido em 2013 como uma dissidência da Al-Qaeda, inspirando-se nesse grupo. O seu líder é Abu Bakr al-Baghdadi, que liderou a Al-Qaeda no Iraque em 2010 e que havia participado da resistência à invasão dos Estados Unidos ao território iraquiano em 2003. O objetivo do EIIS é a criação de um emirado islâmico abrangendo os territórios da Síria e do Iraque.

- Hezbollah: ("partido de Deus") é uma organização com atuação política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita sediada no Líbano. É uma força significativa na política libanesa, responsável por diversos serviços sociais, além de operar escolas, hospitais e serviços agrícolas para milhares de xiitas libaneses. Também tem controle no plantio de marijuana e na produção de haxixe no Vale Bekaa, na divisa com a Síria. É considerado um movimento de resistência legítimo por grande parte do mundo islâmico e árabe. O grupo, no entanto, é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos.



PRINCIPAIS ATENTADOS TERRORISTAS DA HISTÓRIA
18. A Grande Apreensão da Mesquita
Este ato terrorista, que ocorreu entre 20 de Novembro de 1979 e 5 de dezembro de 1979, foi feito por dissidentes islamistas de Meca, o lugar mais sagrado do Islã. O líder dos rebeldes, Mohammed Abdullah al-Qahtani, declarou que ele é o "Mahdi" ou "redentor" do Islã e todos os muçulmanos devem obedecer-lhe.
Centenas de peregrinos que estavam presentes para o "hajj" anual foram tomados como reféns e alguns deles foram mortos junto com os rebeldes no meio do fogo cruzado que se seguiu para o controlo do local. O cerco terminou com a morte de 255 peregrinos e militantes e com 500 feridos.

17. Atentado ao Quartel Beirute
Um dos maiores atos de terrorismo na década de 1980, ocorreu a 23 de outubro de 1983, no auge da Guerra Civil Libanesa, quando dois caminhões-bomba explodiram perto da embaixada dos EUA e de forças militares francesas.
O ataque contra as forças multinacionais no Líbano foi reivindicada pela organização Jihad Islâmica, o nom de guere para o Hezbollah, que estava recebendo ajuda da República do Irã e Islã. Morreram 241 soldados.

16. Voo Pan Am 103
Este evento aconteceu a 21 de dezembro de 1988 num voo transatlântico Pan Am do Aeroporto de Heathrow para o Aeroporto Internacional JFK, em Nova Iorque. O Boeing 747-121, explodiu matando todos os 243 passageiros a bordo, bem como os seus 16 tripulantes antes de cair em Lockerbie, na Escócia matando mais 11 pessoas no chão.
Os 3 anos de investigação conjunta da polícia escocesa e do FBI resultaram na prisão de 2 cidadãos líbios que foram entregues pelo líder líbio Muammar Gaddafi. Gaddafi também indemnizou as famílias das vítimas, embora defendesse não ter ordenado o ataque que resultou em mais teorias da conspiração.

15. Atentados de Bombaim
Um trágico atentado terrorista envolveu 13 explosões em Bombaim (agora Mumbai), na Índia. O ataque a 12 de março de 1993, resultou na morte de 270 civis e fez mais de 700 feridos. Organizado por Dawood Ibrahim, o atentado foi realizado como um ato de vingança contra o massacre muçulmano generalizado de dezembro para janeiro e a destruição do Babri Masjid.

14. Ataque à Cidade de Oklahoma
O pior ato de terrorismo nos EUA antes dos ataques do 11 de setembro, foi o bombardeamento que ocorreu a 19 de abril de 1995, no Alfred P. Murrah Federal Building, um complexo de escritórios em Oklahoma, que custou a vida de 168 pessoas, 19 das quais eram crianças, e deixou mais de 800 feridos.
Também causou danos a 324 edifícios num raio de 16 quarteirões, queimou 86 carros, quebrou as vidraças de 258 edifícios, resultando em 652.000 mil dólares no valor de danos. O autor, Timothy McVeigh, foi condenado à morte por injeção letal em 2001.

13. Ataque Bentalha, Argélia
Também conhecido como o "Massacre Bentalha", este evento trágico aconteceu de 22 a 23 de setembro de 1997, quando guerrilheiros armados invadiram a aldeia e mataram entre 200 e 400 dos seus habitantes.
Tudo começou com uma explosão perto dos laranjais no bairro de Hai el-Djilali, seguida de assaltantes armados com metralhadoras, facões e espingardas de caça indo de casa em casa e abatendo homens, mulheres e crianças. O ato foi reivindicada pelo Grupo Islâmico Armado, que também foi responsável por outros massacres, incluindo a do Hais Rais.

12. Ataque às Embaixadas dos EUA
Esta foi uma série de ataques terroristas contra embaixadas dos EUA, nas cidades do Leste Africano de Nairobi e Dar es Slaam, a 7 de agosto de 1998, que marcou o 8º aniversário da chegada das forças dos EUA à Arábia Saudita.
As explosões de caminhão-bomba foram ligadas ao grupo terrorista Al Qaeda local, liderada por Osama bin Laden. Os caminhões, que estavam carregados com 3 a 17 toneladas de materiais explosivos, detonaram simultaneamente, fazendo mais de 200 mortos e milhares de feridos.

11. Atentando de Karachi
O atentado em Karachi, a 18 de outubro de 2007, aconteceu no dia antes do primeiro-ministro Benazir Bhutto ser recebido em casa depois de 8 anos de auto-exílio no Dubai e Londres. As explosões ocorreram durante uma carreata a caminho do aeroporto para o túmulo de Muhammad Ali Jinnah.
Três vans da polícia suportaram o impacto das explosões, matando 20 policiais imediatamente e resultando na morte de 139 pessoas, a maioria dos quais eram membros do Partido do Povo do Paquistão (PPP).

10. Atentado de Bali
Considerado o mais mortal dos atos de terrorismo na história da Indonésia, este evento trágico ocorreu a 12 de outubro de 2002, numa zona turística de Kuta. Resultou na morte de 202 pessoas, incluindo 38 locais.
Os ataques a casas noturnas locais foram realizados por alguns membros da Jemaah Islamiyah, um grupo islâmico terrorista, com o uso de duas bombas colocadas em uma mochila carregada por homens-bomba e um carro-bomba, enquanto uma terceira bomba explodiu na embaixada dos EUA, em Denpasar.

9. Atentado aos Trens de Madrid
Também conhecido como "11-M", este é considerado o mais trágico ataque terrorista na Europa, que ocorreu a 11 de março de 2004. A série de atentados sincronizados no trem cercania em Madrid, foram perpetrados por um grupo terrorista de inspiração al-Qaeda. Morreram quase 200 pessoas.

8. Atentando do Superferry 14
O mais mortífero ataque terrorista do mundo no mar aconteceu a 27 de fevereiro de 2004 e resultou no naufrágio do Superferry 14, 90 minutos após zarpar do porto de Manila a caminho de Cagayan de Oro City.
Perpetrado por um grupo terrorista islâmico, acabou com a morte de 116 pessoas. Inicialmente pensou-se ser um acidente, mas as investigações mais tarde revelaram que um aparelho de televisão com 4 kg de TNT foi a causa da explosão. Apesar de vários grupos terroristas reivindicarem a tragédia, verificou-se ser o Abu Sayyaf por trás dessa atrocidade.

7. Atentado dos Transportes de Londres
A 7 de julho de 2005, uma série de 3 explosões foram ouvidas a bordo dos trens do metrô de Londres em toda a cidade, enquanto o quarto explodiu em 1 de 2 andares em Tavistock Square.
Os ataques foram causados por dispositivos caseiros à base de peróxido orgânico que foram embalados em mochilas transportadas por homens-bomba. O ataque de 57 minutos terminou com a morte de 52 civis e 4 homens-bomba, e feriu mais de 700.

6. Ataque à Cidade de Sadr
A 23 de novembro de 2006, este ataque envolveu uma série de carros-bomba e 2 morteiros. Um dos ataques terroristas mais trágicos em Bagdá, onde, pelo menos, 215 pessoas morreram, enquanto outras 257 ficaram feridas.
Tendo como alvo favelas xiitas na cidade, que resultou em um toque de recolher de 24 horas e o encerramento do Aeroporto Internacional de Bagdá. Os muçulmanos xiitas também retaliaram, queimando 6 árabes sunitas vivos com querosene.

5. Atentado dos Trens de Mumbai
A 11 de julho de 2006, uma série de 7 explosões foram ouvidas na estrada de ferro suburbana em Mumbai, que resultaram na morte de 209 pessoas e em 714 feridos. As bombas, que estavam dentro de panelas de pressão para aumentar a reação termobárica.
Realizada pela Lshkar-e-Talba e o Movimento Islâmico de Estudantes da Inida (SIMI), este atentado foi feito em retaliação à opressão percebida das minorias muçulmanas nas regiões de Gujarat e Caxemira.

4. Atentados em Bagdá
Estes ataques terroristas envolveram 5 carros-bomba que explodiram em toda a cidade de Bagdá no dia 18 de abril de 2007. Essa violência, que visava os civis xiitas, foi uma reminiscência dos conflitos antes da capital iraquiana ser garantida. Fez cerca de 200 vítimas.

3. Atentado em Al Hillah
Este ataque terrorista foi cometido contra muçulmanos xiitas, que estavam a caminho de Al Hillah em peregrinação, a 6 de março de 2007. Dois homens-bomba com coletes explosivos misturaram-se na multidão que comemorava uma festa tradicional. Quase 200 pessoas morreram.

2. Ataque às Comunidades Yazidi
O ataque mais mortífero já cometido, a seguir ao 11 de setembro, aconteceu a 14 de agosto de 2007, quando 4 atentados suicidas explodiram nas cidades de Yazidi e Jazeera. O ataque com carro-bomba fez 796 vítimas, enquanto 1562 pessoas ficaram feridas.
As 2 toneladas de explosivos que os 3 carros e um tanque de combustível fizeram com que os edifícios desmoronaram, prendendo todo mundo por baixo, enquanto outros naufragaram e achataram bairros inteiros.

1. Atentado do 11 de setembro
A 11 de setembro de 2001, uma sucessão de quatro ataques coordenados foi lançado pela al-Qaeda nas áreas de Nova Iorque e Washington, nos EUA. Cinco aviões foram sequestrados por 19 terroristas.
Dois desses aviões, o American Airlines Flight 11 e o United Airlines Flight 175, colidiram com as torres norte e sul do World Trade Center, em Nova Iorque. Os edifícios entraram em colapso após duas horas e levaram à destruição de edifícios próximos.
O terceiro avião, o voo 77, tinha como alvo o Pentágono, enquanto o último, o United Airlines Flight 93, tinha como objetivo o Capitólio, em Washington, mas caíram num campo na Pensilvânia, quando os passageiros tentaram dominar os sequestradores. Este evento catastrófico matou 3.000 pessoas. 

Atentado ao jornal Charlie Hebdo: 07/01/2015
Fonte: http://www.ciencia-online.net/

Instituições da ONU
Assembléia Geral: reúne todos os países associados e constitui o órgão mais importante;
Conselho de Segurança: tem a missão de manter a paz e a segurança mundial e que toma decisões sobre conflitos entre países;
Secretaria Geral: administra a instituição e executa os programas e políticas elaboradas pela entidade;
Conselho Econômico e Social: é o responsável pelos programas sociais e econômicos;
Corte Internacional de Justiça: julga as disputas entre os países.
Também fazem parte da ONU a UNESCO, a OMS, a OIT, o BIRD (BM) e o FMI.


Resumo 1ª série - 4º bimestre (ÁFRICA)

A África
Por Patrícia Carvalho Pinheiro

Durante séculos o que o “mundo” conhecia do continente africano eram os territórios que ficavam ao norte do Deserto do Saara, conhecida como África do Norte, ou África Branca. Isso porque ao norte encontramos uma organização sócio-econômica muito semelhante à do Oriente Médio, formando um mundo islamizado. Ao sul temos a chamada África subsaariana ou África Negra, assim denominada pela predominância nessa região de povos de pele escura e olhos castanhos.
A diversidade étnica desta região é também representada pelas diferentes formas de cultura, incluindo as línguas, a música, a arquitetura, a religião, a culinária e a indumentária dos diferentes povos do continente.
A maioria da população pertence a etnias anteriormente classificadas na "raça negra", mas que hoje são classificadas pelo seu grupo lingüístico. A África é provavelmente a região do mundo onde a situação lingüística é a mais diversificada (com mais de 1000 línguas catalogadas).
O continente africano é palco de uma série de conflitos, conseqüência da intervenção colonialista, principalmente no fim do século XIX e início do século XX. Esse processo de intervenção interferiu diretamente nas condições políticas, econômicas e sociais da população africana.
As primeiras investidas coloniais já no século XVI ocorreu com Portugal, que acabou se limitando à exploração de mão-de-obra escrava negra.
Pelas resoluções do Tratado de Tordesilhas o continente africano ficaria sob os domínios lusitanos. No entanto duas razões inviabilização a colonização do novo continente naquele momento: as riquezas já conquistadas pelo colonizador em outras colônias (as Índias) e a dificuldade de adentrar o território tanto para exploração extrativista como para o desenvolvimento de plantation.
No início do século XIV Portugal, endividada com a Inglaterra, resolveu facilitar a tomada do território pelos ingleses.
A partir de 1815 a França passou a conquistar territórios no continente pelo Norte (com o apoio da Legião Estrangeira). A Inglaterra, em contrapartida, fazia a mesma investida pelo Sul. Em 1870 chegaram a iniciar conflitos diretos pela disputa do continente. Em 1885 foi assinado o Tratado de Berlim, conhecido como “A Partilha da África”, onde vários países europeus dividiram “à régua” o Continente todo.
A divisão territorial do continente teve como critério apenas os interesses dos colonizadores europeus, desprezando as diferenças étnicas e culturais da população local. Diversas comunidades, muitas vezes rivais, que historicamente viviam em conflito, foram colocadas em um mesmo território, enquanto grupos de uma mesma etnia foram separados.
Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu um intenso processo de independência das nações africanas. Porém, novos países se formaram sobre a mesma base territorial construída pelos colonizadores europeus, desrespeitando a cultura e a história das comunidades, conseqüentemente inúmeros conflitos étnicos pela disputa de poder foram desencadeados no interior desses países.
Outro fator agravante para o surgimento desses conflitos na África se refere ao baixo nível socioeconômico de muitos países e à instalação de governos ditatoriais. Durante a Guerra Fria, que envolveu os Estados Unidos e a União Soviética, ocorreu o financiamento de armamentos para os países africanos, fornecendo aparato técnico e financeiro para os distintos grupos de guerrilheiros, que muitas vezes possuíam – e ainda possuem – crianças que são forçadas, através de uma manipulação ideológica, a odiarem os diferentes grupos étnicos.
São vários os conflitos no continente africano; o que é pior, muitos deles estão longe de um processo de pacificação. A maioria é motivada por diferenças étnicas, é o que acontece em Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e Somália, por exemplo. Outros por disputas territoriais como Serra Leoa, Somália e Etiópia; questões religiosas também geram conflitos, é o que acontece na Argélia e no Sudão. Além de tantas políticas ditatoriais instaladas, a que teve maior repercussão foi o apartheid na África do Sul – política de segregação racial que foi oficializada em 1948, com a chegada ao poder do Novo Partido Nacional (NNP). O apartheid não permitia o acesso dos negros às urnas, além de não poderem adquirir terras na maior parte do país, obrigando os negros a viverem em zonas residenciais segregadas, uma espécie de confinamento geográfico.
Deve-se haver a intervenção de organismos internacionais para que esse e outros problemas do continente africano (aids, fome, economia, saúde, etc.) sejam amenizados, pois esse processo é consequência das políticas colonialistas dos países desenvolvidos, que após sugarem a riqueza desse povo, abandonaram o continente, deixando uma verdadeira mazela. 
continente africano tem hoje cerca de 889 milhões de habitantes, dos quais 500 milhões vivem na África subsaariana. Essa população tem um crescimento populacional na ordem dos 2,5% ao ano.
Esse crescimento elevado da população tem criado duas preocupações muito sérias:
A)   a predominância de jovens na população determina a necessidade de elevados investimentos sociais em escolas, alimentação e tratamento médico;
B)    a pressão demográfica, aliada ao baixo nível técnico da produção agropecuária, à introdução de culturas de rendimento para exportação e à urbanização no século XX, tem gerado graves desequilíbrios econômicos e sociais.
De forma geral, a população da África Negra apresenta os piores indicadores sócio-econômicos do mundo. Enquanto nos países desenvolvidos a população morre, em média, com uma idade superior a 70 anos, nessa parte do mundo raramente a média ultrapassa os 45 anos. Essa expectativa média de vida tão baixa é explicada por inúmeros fatores, tais como a má nutrição, falta de assistência médica e ausência de saneamento básico nos meios rurais.

Acordos e Organizações Político-Econômicas pós-guerra
-        Carta do Atlântico (1941): Estipulava o fim colonização afro-asiática, reconhecia a autodeterminação dos povos. Foi confirmada pela Conferência de Bandung (Indonésia) em 1955;
-        ONU (Organização das Nações Unidas), em 1945;
-        Liga Árabe (1945): Lutava pela independência dos países da África Branca e Oriente Médio;
-        Israel (fundação do Estado de Israel) em 1948;
-        Acordo de Genebra (1954): legitimava a independência de colônias francesas na Ásia;
-        OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), 1949;
-        Pacto de Varsóvia, em 1955;
-        OLP (Organização para a Libertação da Palestina), em 1964.
-        Convenção de Genebra em 1973;
Descolonização Africana
  Iniciada no pós 1ª GGM – Egito e África do Sul;
  Em 1941 é determinado o fim da escravidão no continente;
  São firmados vários acordos de desocupação do continente após a 2ª GGM;
  Grupos étnicos locais passam a disputar o controle político em diversos países – Guerras Civis e Genocídio;
  Na África do Sul a população branca promove o maior movimento de segregação racial da história – o Apartheid.
  Países com guerra civil: Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e Somália;
  Países com disputas religiosas: Serra Leoa, Somália, Etiópia,  Argélia e Sudão;
  HOJE: A população da África Negra apresenta os piores indicadores sócio-econômicos do mundo.

Resumo 1ª série - 4º bimestre (CULTURA)

O QUE NOS UNE COMO HUMANOS?   -    CULTURA.
Por Patrícia Carvalho Pinheiro


CULTURA – é o conjunto de características comuns existente entre um grupo de indivíduos, tais como, costumes, rituais, tradições, língua, religião, comidas, vestimentas, origem histórica, etc.

Raça Biológica: variação genética dentro de indivíduos de uma mesma espécie, superior à 20% (subespécie);
Raça Sociológica: distinção de grupos humanos caracterizados por estereótipos fisiológicos: cor da pele, tamanho do crânio, tipo de cabelo, etc.
As pesquisas científicas afirmam que só existe uma única espécie de ser humano = homo sapiens sapiens, e que qualquer variação genética na espécie é de uma variabilidade de 93%, o que não caracterizaria uma subespécie, isto é, raças de humanos.
No entanto, socialmente, o conceito de raça é bastante comum na distinção de grupos étnicos populacionais, sendo, comumente distinguidos por 4 grandes grupos de raças humanas: brancos, negros, amarelos e indígenas.
Embora esta distinção racial não seja geneticamente aceita, sociologicamente é importante compreendê-la. Surgiu após a descoberta de novos continentes, que não o europeu, devido a necessidade do homem branco europeu em afirmar sua superioridade étnica diante de novos grupos populacionais. Utilizando os pensamentos de Charles Darwin, sobre EVOLUCIONISMO, surge o DARWINISMO SOCIAL, e os conceitos de PRIMITIVIDADE E CIVILIDADE. O homem branco europeu se enxerga como “civilizado” (indivíduo dotado de senso civil e de organização social) em contrapartida aos povos “primitivos” (sem noções de civilidade) existentes em outros continentes.
Na distinção entre civilizados e primitivos nasce o conceito de RAÇA: grupo de indivíduos humanos que pertencem a uma mesma característica histórica (grau de civilidade) e a um mesmo patrão fisiológico (cor da pele, tipo de cabelo, formato do crânio, etc.). O preconceito que surge dentro do conceito de RAÇA é, deste modo, o de superioridade do HOMEM BRANCO EUROPEU (que já teria passado por todos as etapas dos processos evolutivos da espécie humana, por isso mais inteligente, mais bonito, mais civilizado).
Antropologicamente, o conceito de RAÇA HUMANA deve ser substituído pelo termo ETNIA (que está ligado a fatores culturais como nacionalidade, origens históricas, identidade tribal, religião, língua, tradições culturais e reivindicações de soberania sobre o território em que vivem).
Portanto, apesar da não existência de bases científicas para classificar biologicamente os seres humanos, as desigualdades sociais existem, devido ao preconceito racial.
A IDENTIDADE CULTURAL de um povo também resulta da maneira como as pessoas se relacionam com o espaço que habitam, ou seja, do modo como organizam esse espaço territorial. Uma nação se apropria dos lugares por meio de práticas culturais, que envolvem sentimento e simbolismo atribuídos a um determinado local.
Em conformidade com as determinações internacionais, promovidas pela ONU, tem-se:
Etnia: Grupo ou comunidade humana definida por afinidades linguísticas e culturais, que geralmente reivindicam para si uma estrutura socialpolítica e um território.
Povo: o povo é o conjunto dos cidadãos de um país, ou seja, as pessoas que estão vinculadas a um determinado regime jurídico, a LEIS = GOVERNOS.
Nação: um grupo étnico (com língua, religião, costumes e tradição) que constituem direito de povo, isto é, tem um território em forma de governo – um Estado.

Fugindo aos modelos etnocêntricos da sociedade ocidental, destacam-se, além das diversidades das culturas indígenas e africanas, as culturas orientais: chinesa, indiana, malaia, japonesa e, a que nos atentaremos, a árabe.


Resumo 2ª série - 4º bimestre

O MUNDO DO TRABALHO
Por Patrícia Carvalho Pinheiro

O QUE É TRABALHO:
Filosofia: é um conjunto de atividades realizadas, é o esforço feito por indivíduos, com o objetivo de atingir uma meta; 
Economia: atividade produtiva pela qual se dispõe  um salário, isto é, o preço do trabalho dentro do mercado; fator econômico;
Física: medida da energia transferida pela aplicação de uma força ao longo de um deslocamento;
DIFERENÇAS:
Ocupação: ocupação de uma pessoa é a espécie de trabalho feito por ela, independente da indústria em que esse trabalho é realizado e do status que o emprego confere ao indivíduo.
Emprego: É a relação, estável, e mais ou menos duradoura, que existe entre quem organiza o trabalho e quem realiza o trabalho. É uma espécie de contrato no qual o possuidor dos meios de produção paga pelo trabalho de outros, que não são possuidores do meio de produção.


Etimologia:
Do latim vulgar “tripalium" que era um instrumento de tortura = “A ideia de trabalho como castigo”;
Do latim culto significa “labor” que significava fazer uma obra, aquilo que faço, que construo.
Viemos de uma sociedade montada com base no sistema escravocrata. Primeiro com a era da escravidão, depois a era medieval com a relação servo/senhor e continuamos com a mentalidade escravocrata – O mundo ocidental no Brasil e Estados Unidos foi todo construído sob a lógica da exploração

TRABALHO NA ANTIGUIDADE

Pérsia: Sociedade estruturada por CASTAS;
Mesopotâmia, China, Egito, Grécia e Roma:
-        A pólis possui uma estrutura tripartite, formada por 3 classes sociais:
    1)     a classe econômica dos proprietários de terra, artesãos e comerciantes (que garantem a sobrevivência material da cidade);
      2)     a classe militar dos guerreiros (responsável pela defesa da cidade);
      3)     a classe dos magistrados (que garante o governo da cidade sob as leis).


TRABALHO NA IDADE MÉDIA
                              
CLERO = Membros da Igreja Católica (padres, monges, freiras e o Papa);
NOBREZA = Reis e Senhores Feudais (Conde, Duque, Barão, Visconde, etc.);
CAMPONESES = Servos.

Conceitos:
CASTA SOCIAL: Casta é um grupo de pessoas que fazem parte de um mesmo estrato ou nível social, definido por origens culturais. O sistema de castas é constituído por grupos hereditários que não possuem mobilidade social.
CLASSE SOCIAL: São grupos caracterizados por uma distinção político-econômica. Sua diferenciação depende, das relações que mantêm dentro do sistema produtivo vigente e de sua respectiva divisão de trabalho. 




Liberalismo Econômico

O Liberalismo e a manutenção da ordem A partir de 1830, à medida que os governos passavam a ser chefiados por representantes da burguesia, o Estado assumia características tipicamente liberais, adaptando à realidade as propostas e ideias que eram discutidas desde o século XVIII. Nesse sentido, em vários países, foram elaboradas constituições liberais e as instituições estatais assumiam uma postura essencialmente liberal, com o apoio especialmente dos setores mais interessados no desenvolvimento económico do país. No campo da economia, as ideias liberais também eram aplicadas. O mercantilismo, que já era criticado desde o século XVIII, foi sendo superado, já que não combinava com os novos tempos em que a liberdade passou a ser um valor defendido amplamente. A proposta de aplicação das ideias liberais na economia recebeu o nome de Liberalismo Económico. O principal pensador dessa corrente de pensamento foi o inglês Adam Smith, que considerava o trabalho como a causa principal da riqueza humana. Para Adam Smith, não havia necessidade de o Estado intervir na economia, uma vez que ela deveria ser guiada pelas leis naturais do mercado, pelas quais os preços das mercadorias seriam determinados pela livre concorrência e a competição entre os produtores e comerciantes. O Estado, então, só deveria ter três funções: proteger a sociedade da violência e da invasão de outras sociedades independentes; proteger, na medida do possível, todo membro da sociedade da injustiça e da opressão de qualquer de seus membros, ou seja, administrar a Justiça; fazer e conservar certas obras públicas, criar e manter certas instituições públicas de interesse geral, mas que o lucro não cobriria as despesas.
Além de escrever e expressar-se com muita clareza, Adam Smith encontrou um terreno bem preparado e receptivo para suas ideias. Sua proposta ia ao encontro dos interesses e dos anseios da burguesia industrial e comercial em busca de mais espaços para ampliar seus negócios e suas possibilidades de lucro.
Os princípios econômicos propostos por Adam Smith foram ampliados e desenvolvidos por seus discípulos Thomas Malthus, David Ricardo e Nassau Sénior, durante o século XIX. E assim, nesse século, em praticamente toda a Europa Ocidental, o Liberalismo se firmava como corrente de pensamento dominante tanto na política quanto na economia, defendendo os seguintes pontos:
ECONOMIA: Livre iniciativa; Ausência ou pouca interferência do Estado na economia Livre-mercado ou livre-cambismo (economia de mercado: o mercado se regula pela lei da oferta e procura); Trabalho visto como gerador de riqueza Estado com o papel de garantir os contratos, regular o jogo de interesses e manter a ordem social de modo a não prejudicar o desenvolvimento econômico; Inviolabilidade da propriedade privada; Individualismo econômico; Liberdade nas negociações dos contratos de trabalho.
POLITICA: Separação dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário); Sistema legal básico igual para todos de um mesmo país; Oportunidades iguais para todos (quem souber aproveitar pode progredir); Liberdade ampla; Tolerância religiosa; Administração política mais racional; Constitucionalismo; Contratualismo; Estado laico; Direito de propriedade privada como direito natural; Critério censitário de participação política.
Percebe-se, pelos quadros acima, uma estreita relação entre o liberalismo político e o liberalismo econômico, uma vez que o Estado se estrutura para garantir os contratos, não interferir nos lucros de seus membros, permitir a manutenção da propriedade privada, regular o jogo de interesses, manter a ordem social. Todos esses pontos passaram a fazer parte do discurso e da prática dos novos dirigentes dos países europeus, no século XIX. Isso se refletiu também na cultura e na visão de mundo da sociedade europeia, principalmente a partir da expansão industrial verificada no continente. No entanto, o bem-estar promovido por essa sociedade de caráter liberal não foi estendido de forma equilibrada a toda a população desses países.


Socialismo Utópico

No século XIX, vários pensadores que propuseram alternativas para o projeto de realização “superar a situação social dos operários” receberam, de outros pensadores, a ideia de que isso era impossível;
Baseado no livro “Utopia” de Thomas Mórus, e devido a fantasia de suas ideias, esses pensadores foram chamados de socialistas utópicos ou somente utópicos. Nem todos eram simplesmente sonhadores e ficavam somente na idealização. Alguns chegaram até a partir para a ação, tentando demonstrar que suas propostas eram viáveis. Outros se dedicaram mais a escrever e divulgar suas ideias por meio de livros e jornais. Vejamos alguns destes pensadores:
- Saint-Simon (1760 - 1825): propunha que o governo interviesse na esfera da "produção, da distribuição e do comércio visando promover o bem-estar das massas. Admitia a propriedade privada e seus privilégios, contanto que fossem usadas no interesse das massas. Muitos de seus seguidores assumiram posições mais radicais, exigindo que o Estado assumisse a propriedade e o controle do processo de produção, e o administrasse em proveito do povo. De Saint-Simon e seus discípulos, o socialismo herdou a ideia de que, em uma economia socialista, o governo deveria assenhorear-se da administração da produção e da distribuição.
- Charles Fourier (1772-1837): para ele, somente um terço da população realiza trabalhos realmente úteis para a sociedade. Os outros dois terços, por força da corrupção e das distorções geradas pelo sistema de mercado, são levados a desempenhar funções supérfluas ou a viver como parasitas na opulência. Visando superar essa situação, ele popularizou a ideia das cooperativas (ou falanstérios, como as denominou). Procurou transformar a sociedade incentivando a formação de falanstérios. O fracasso de suas experiências levou muitos socialistas à convicção de que era impossível reformar o capitalismo unicamente por força de exemplos.
- Pierre Joseph Proudhon (1809 - 1865): segundo Proudhon, a propriedade é um roubo e a "mãe da tirania". Para ele, o Estado tinha como função básica assegurar os direitos de propriedade, que se constituíam simplesmente em um conjunto de privilégios especiais para uma minoria, e em restrições e proibições para a grande maioria da população. Para Proudhon, o Estado constituía o braço armado da classe dominante e era preciso resistir. Só poderia haver justiça quando as relações de propriedade fossem abolidas e o Estado convertido numa instituição desnecessária.
- Robert Owen (1771 -1858): para ele, a solução para os problemas passava pela cooperação. As relações de cooperação levariam o povo a explorar a natureza de forma mais eficiente e a obter maiores proveitos coletivos. A cooperação funcionaria como comunidades agrícolas e industriais que se autogovernariam


O Socialismo Científico

Os "socialistas utópicos" não chegaram a admitir a existência de rivalidade entre explorados e exploradores. Defendiam a eliminação da herança, dos privilégios, o estabelecimento de um imposto progressivo sobre os ganhos com a propriedade, além da redistribuição da riqueza. Foi Karl Marx que, a despeito da admiração que muitos lhe inspiravam, qualificou-os, com certa ironia, de "socialistas utópicos". Para ele, era ingênua a sua convicção de que transformariam a sociedade apelando para a racionalidade e a sensibilidade moral da classe educada. Os homens educados, na sua opinião, pertenciam geralmente às classes dominantes e, portanto, fariam tudo o que estivesse ao seu alcance para perpetuar esse sistema.
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) foram pensadores alemães que dedicaram grande parte de sua vida aos estudos e análises da situação da classe operária, buscando, na Filosofia, na Economia e na História, explicações para a realidade que presenciavam. Em 1848, lançaram o Manifesto Comunista, um pequeno livreto denunciando a situação dos trabalhadores industriais e conclamando-os à luta. A partir daí, ambos passaram a escrever artigos e livros nos quais apresentaram as principais teses e fundamentos da doutrina socialista. O livro mais famoso e que forma o maior conjunto do pensamento marxista é O Capital, cujo primeiro volume foi publicado em 1867. Daí até a sua morte, Marx se dedicou a escrever os outros dois volumes de O Capital, que foram publicados postumamente por Engels.
A dura realidade dos trabalhadores durante muito tempo foi muito comum na Europa e agravou-se com a industrialização, pois as disparidades sociais aumentaram e se tornaram mais visíveis. Foi partindo da observação e da convivência em cidades como a retratada nesta cena que Marx começou suas análises e chegou à conclusão de que o problema era sério e, como se agravava a cada ano, só poderia ser produto do capitalismo. Portanto, a solução não viria enquanto o capitalismo perdurasse. Para Marx, a sociedade, com certeza, deveria se tornar socialista. Essa confiança se apoiava em uma análise profunda das leis do funcionamento do capitalismo. Para ele, as próprias contradições internas do sistema capitalista ocasionariam a sua destruição. A doutrina desenvolvida por Marx, e que teve a colaboração de Friedrich Engels, baseou-se em minuciosos estudos da realidade económica, política e social do mundo ocidental e, por isso, acabou sendo denominada Socialismo Científico. Marx e Engels pesquisaram e escreveram muito à medida que organizavam sua análise e proposta. Em síntese, a doutrina marxista assenta-se nos seguintes pontos: o materialismo histórico e dialético, a luta de classes, a ditadura do proletariado, o socialismo e o comunismo. Vejamos, a seguir, como eles apresentavam cada um desses aspectos.
- Materialismo histórico e dialético: Para Marx e Engels, a economia era que determinava toda forma de pensamento e de organização da sociedade. Portanto, as transformações pelas quais passa a sociedade são o resultado das forças econômicas (materiais) e não das forças intelectuais ou religiosas e sobrenaturais. Ainda segundo eles, todo sistema econômico e social, após um período de formação e apogeu, entra em crise, devido às contradições internas de ordem material (econômica) e é substituído por outro. Assim, eles concluíam que o capitalismo caminhava para o seu fim e seria substituído por outro sistema, o socialismo.
- Luta de classes: Para o marxismo, a luta de classes é o motor da história e estava presente em todas as sociedades em que prevalecia a propriedade privada dos bens e dos meios de produção. Essa luta era travada entre a classe que detinha os meios de produção e a riqueza e a classe explorada por ela. É essa luta de classes que leva à destruição de um sistema econômico e à sua substituição por outro. Da luta entre proletários e patrões no capitalismo, segundo Marx e Engels, resultaria um outro sistema econômico, o socialismo, no qual não deverá haver diferenciação entre as classes sociais. Assim, não haveria mais a luta de classes e o sistema perduraria.

- Mais Valia: É o valor a mais que todo o trabalhador teria o direito de receber como salário pelo fruto do seu esforço produtivo, mas que não recebe por ser o lucro do empregador. Isto é, o valor justo a ser pago pelo trabalho desempenhado pelo proletário é muito superior ao que realmente se tem. No Sistema Capitalista a Mais Valia é ABSOLUTA, isto é, a exploração máxima do trabalho pelo menor salário possível,

- Ditadura do proletariado: O proletariado (classe trabalhadora), segundo Marx e Engels, é a classe subalterna que deve assumir o papel de agente transformador, assim como a burguesia o foi na Revolução Francesa. O proletariado faria uma revolução social, organizando-se e partindo para a luta a fim de derrubar a burguesia, tomar o poder e iniciar um novo tipo de sociedade onde seria extinta a propriedade privada dos meios de produção.

- Socialismo e comunismo: Após a tomada do poder pelos trabalhadores, seria implantado o socialismo, uma etapa intermediária em que o Estado se tomaria proprietário dos meios de produção (terras, fábricas, meios de transporte, fontes de energia, minas, etc.) e cada pessoa receberia de acordo com o seu trabalho. Esse Estado evoluiria até chegar ao comunismo, quando não teria mais razão de existir; os meios de produção seriam socializados, acabariam as classes sociais, e cada pessoa teria o que lhe fosse necessário.


Outros Teóricos do Trabalho (liberais)
AUGUSTO COMTE
Criou o POSITIVISMO: uma corrente de ideias do século XIX que juntamente com o marxismo, influenciou e influencia todas as outras correntes de pensamento filosófico. A Ciência deve controlar a sociedade, para suprimir a Religião;
Trabalho: Intelectual = Obra
                  Braçal = Castigo

ÉMILE DURKHEIM
Forma pela qual está estruturado o trabalho em uma sociedade;
Divisão do Trabalho = Solidariedade   /   Trabalho = Regras   /   Sociedade como Organismo
Trabalho = Função Social

MAX WEBER
A Ética Protestante: valorização religiosa do trabalho, motivação para o empreendedorismo;
                                               Acumulação = virtude
O labor vocacional (trabalho profissional) = instrumento de ascensão e mais seguro meio de preservação de redenção da fé e do homem.

FREDERICK TAYLOR
Trabalho: Hierarquia sistematizada (especialização do trabalho).
No taylorismo, o trabalhador é monitorado segundo o tempo de produção. Cada indivíduo deve cumprir sua tarefa no menor tempo possível, sendo premiados aqueles que se sobressaem. Isso provoca a exploração do proletário que tem que se “desdobrar” para cumprir o tempo cronometrado.
Neotaylorismo = GESTÃO POR STRESS

HENRY FORD
FORDISMO: OTIMIZAÇÃO DO TRABALHO = LINHA DE MONTAGEM
Trabalho especializado, redução de problemas dos produtos, aumento da produção com qualidade; Produção em Massa e Consumo em Massa; Melhoria dos Salários;