O MUNDO DO TRABALHO
Por Patrícia Carvalho Pinheiro
O QUE É
TRABALHO:
Filosofia: é um conjunto de atividades
realizadas, é o esforço feito por indivíduos, com o objetivo de atingir
uma meta;
Economia: atividade produtiva pela qual se
dispõe um salário, isto é, o preço do trabalho dentro do mercado; fator
econômico;
Física: medida da energia transferida pela
aplicação de uma força ao longo de um deslocamento;
DIFERENÇAS:
Ocupação: ocupação de uma pessoa é a espécie de
trabalho feito por ela, independente da indústria em que esse trabalho é
realizado e do status que o emprego confere ao indivíduo.
Emprego: É a relação, estável, e mais ou menos
duradoura, que existe entre quem organiza o trabalho e quem realiza o trabalho.
É uma espécie de contrato no qual o possuidor dos meios de produção paga pelo
trabalho de outros, que não são possuidores do meio de produção.
Etimologia:
Do
latim vulgar “tripalium" que
era um instrumento de tortura = “A ideia de trabalho como castigo”;
Do
latim culto significa “labor” que significava fazer uma obra, aquilo que
faço, que construo.
Viemos
de uma sociedade montada com base no sistema escravocrata. Primeiro com a era
da escravidão, depois a era medieval com a relação servo/senhor e continuamos
com a mentalidade escravocrata – O mundo ocidental no Brasil e Estados Unidos
foi todo construído sob a lógica da exploração
TRABALHO
NA ANTIGUIDADE
Pérsia:
Sociedade estruturada por CASTAS;
Mesopotâmia,
China, Egito, Grécia e Roma:
- A pólis possui uma estrutura
tripartite, formada por 3 classes sociais:
1) a classe econômica dos
proprietários de terra, artesãos e comerciantes (que garantem a sobrevivência
material da cidade);
2) a classe militar dos guerreiros
(responsável pela defesa da cidade);
3) a classe dos magistrados (que
garante o governo da cidade sob as leis).
TRABALHO
NA IDADE MÉDIA
CLERO =
Membros da Igreja Católica (padres, monges, freiras e o Papa);
NOBREZA
= Reis e Senhores Feudais (Conde, Duque, Barão, Visconde, etc.);
CAMPONESES
= Servos.
Conceitos:
CASTA
SOCIAL: Casta é
um grupo de pessoas que fazem parte de um mesmo estrato ou nível social,
definido por origens culturais. O sistema de castas é constituído por grupos
hereditários que não possuem mobilidade social.
CLASSE
SOCIAL: São
grupos caracterizados por uma distinção político-econômica. Sua diferenciação
depende, das relações que mantêm dentro do sistema produtivo vigente e de sua
respectiva divisão de trabalho.
Liberalismo Econômico
O
Liberalismo e a manutenção da ordem A partir de 1830, à medida que os governos
passavam a ser chefiados por representantes da burguesia, o Estado assumia
características tipicamente liberais, adaptando à realidade as propostas e
ideias que eram discutidas desde o século XVIII. Nesse sentido, em vários
países, foram elaboradas constituições liberais e as instituições estatais
assumiam uma postura essencialmente liberal, com o apoio especialmente dos
setores mais interessados no desenvolvimento económico do país. No campo da
economia, as ideias liberais também eram aplicadas. O mercantilismo, que já era
criticado desde o século XVIII, foi sendo superado, já que não combinava com os
novos tempos em que a liberdade passou a ser um valor defendido amplamente. A
proposta de aplicação das ideias liberais na economia recebeu o nome de
Liberalismo Económico. O principal pensador dessa corrente de pensamento foi o
inglês Adam Smith, que considerava o trabalho como a causa principal da riqueza
humana. Para Adam Smith, não havia necessidade de o Estado intervir na
economia, uma vez que ela deveria ser guiada pelas leis naturais do mercado,
pelas quais os preços das mercadorias seriam determinados pela livre
concorrência e a competição entre os produtores e comerciantes. O Estado,
então, só deveria ter três funções: proteger a sociedade da violência e da
invasão de outras sociedades independentes; proteger, na medida do possível,
todo membro da sociedade da injustiça e da opressão de qualquer de seus
membros, ou seja, administrar a Justiça; fazer e conservar certas obras
públicas, criar e manter certas instituições públicas de interesse geral, mas
que o lucro não cobriria as despesas.
Além de
escrever e expressar-se com muita clareza, Adam Smith encontrou um terreno bem
preparado e receptivo para suas ideias. Sua proposta ia ao encontro dos
interesses e dos anseios da burguesia industrial e comercial em busca de mais
espaços para ampliar seus negócios e suas possibilidades de lucro.
Os
princípios econômicos propostos por Adam Smith foram ampliados e desenvolvidos
por seus discípulos Thomas Malthus, David Ricardo e Nassau Sénior, durante o
século XIX. E assim, nesse século, em praticamente toda a Europa Ocidental, o
Liberalismo se firmava como corrente de pensamento dominante tanto na política
quanto na economia, defendendo os seguintes pontos:
ECONOMIA:
Livre iniciativa; Ausência ou pouca interferência do Estado na economia
Livre-mercado ou livre-cambismo (economia de mercado: o mercado se regula pela
lei da oferta e procura); Trabalho visto como gerador de riqueza Estado com o
papel de garantir os contratos, regular o jogo de interesses e manter a ordem
social de modo a não prejudicar o desenvolvimento econômico; Inviolabilidade da
propriedade privada; Individualismo econômico; Liberdade nas negociações dos
contratos de trabalho.
POLITICA:
Separação dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário); Sistema legal
básico igual para todos de um mesmo país; Oportunidades iguais para todos (quem
souber aproveitar pode progredir); Liberdade ampla; Tolerância religiosa;
Administração política mais racional; Constitucionalismo; Contratualismo;
Estado laico; Direito de propriedade privada como direito natural; Critério
censitário de participação política.
Percebe-se,
pelos quadros acima, uma estreita relação entre o liberalismo político e o
liberalismo econômico, uma vez que o Estado se estrutura para garantir os
contratos, não interferir nos lucros de seus membros, permitir a manutenção da
propriedade privada, regular o jogo de interesses, manter a ordem social. Todos
esses pontos passaram a fazer parte do discurso e da prática dos novos
dirigentes dos países europeus, no século XIX. Isso se refletiu também na
cultura e na visão de mundo da sociedade europeia, principalmente a partir da
expansão industrial verificada no continente. No entanto, o bem-estar promovido
por essa sociedade de caráter liberal não foi estendido de forma equilibrada a
toda a população desses países.
Socialismo
Utópico
No
século XIX, vários pensadores que propuseram alternativas para o projeto de
realização “superar a situação social dos operários” receberam, de outros
pensadores, a ideia de que isso era impossível;
Baseado
no livro “Utopia” de Thomas Mórus, e devido a fantasia de suas ideias, esses
pensadores foram chamados de socialistas utópicos ou somente utópicos. Nem
todos eram simplesmente sonhadores e ficavam somente na idealização. Alguns
chegaram até a partir para a ação, tentando demonstrar que suas propostas eram
viáveis. Outros se dedicaram mais a escrever e divulgar suas ideias por meio de
livros e jornais. Vejamos alguns destes pensadores:
-
Saint-Simon (1760 -
1825): propunha que o governo interviesse na esfera da "produção, da
distribuição e do comércio visando promover o bem-estar das massas. Admitia a
propriedade privada e seus privilégios, contanto que fossem usadas no interesse
das massas. Muitos de seus seguidores assumiram posições mais radicais,
exigindo que o Estado assumisse a propriedade e o controle do processo de
produção, e o administrasse em proveito do povo. De Saint-Simon e seus
discípulos, o socialismo herdou a ideia de que, em uma economia socialista, o
governo deveria assenhorear-se da administração da produção e da distribuição.
-
Charles Fourier (1772-1837):
para ele, somente um terço da população realiza trabalhos realmente úteis para
a sociedade. Os outros dois terços, por força da corrupção e das distorções
geradas pelo sistema de mercado, são levados a desempenhar funções supérfluas ou
a viver como parasitas na opulência. Visando superar essa situação, ele
popularizou a ideia das cooperativas (ou falanstérios, como as denominou).
Procurou transformar a sociedade incentivando a formação de falanstérios. O
fracasso de suas experiências levou muitos socialistas à convicção de que era
impossível reformar o capitalismo unicamente por força de exemplos.
-
Pierre Joseph Proudhon (1809 -
1865): segundo Proudhon, a propriedade é um roubo e a "mãe da
tirania". Para ele, o Estado tinha como função básica assegurar os
direitos de propriedade, que se constituíam simplesmente em um conjunto de
privilégios especiais para uma minoria, e em restrições e proibições para a
grande maioria da população. Para Proudhon, o Estado constituía o braço armado
da classe dominante e era preciso resistir. Só poderia haver justiça quando as
relações de propriedade fossem abolidas e o Estado convertido numa instituição
desnecessária.
-
Robert Owen (1771
-1858): para ele, a solução para os problemas passava pela cooperação. As
relações de cooperação levariam o povo a explorar a natureza de forma mais
eficiente e a obter maiores proveitos coletivos. A cooperação funcionaria como
comunidades agrícolas e industriais que se autogovernariam
O
Socialismo Científico
Os
"socialistas utópicos" não chegaram a admitir a existência de
rivalidade entre explorados e exploradores. Defendiam a eliminação da herança,
dos privilégios, o estabelecimento de um imposto progressivo sobre os ganhos
com a propriedade, além da redistribuição da riqueza. Foi Karl Marx que, a
despeito da admiração que muitos lhe inspiravam, qualificou-os, com certa
ironia, de "socialistas utópicos". Para ele, era ingênua a sua
convicção de que transformariam a sociedade apelando para a racionalidade e a
sensibilidade moral da classe educada. Os homens educados, na sua opinião,
pertenciam geralmente às classes dominantes e, portanto, fariam tudo o que
estivesse ao seu alcance para perpetuar esse sistema.
Karl
Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) foram pensadores alemães que
dedicaram grande parte de sua vida aos estudos e análises da situação da classe
operária, buscando, na Filosofia, na Economia e na História, explicações para a
realidade que presenciavam. Em 1848, lançaram o Manifesto Comunista, um pequeno
livreto denunciando a situação dos trabalhadores industriais e conclamando-os à
luta. A partir daí, ambos passaram a escrever artigos e livros nos quais
apresentaram as principais teses e fundamentos da doutrina socialista. O livro
mais famoso e que forma o maior conjunto do pensamento marxista é O Capital,
cujo primeiro volume foi publicado em 1867. Daí até a sua morte, Marx se
dedicou a escrever os outros dois volumes de O Capital, que foram publicados
postumamente por Engels.
A dura
realidade dos trabalhadores durante muito tempo foi muito comum na Europa e
agravou-se com a industrialização, pois as disparidades sociais aumentaram e se
tornaram mais visíveis. Foi partindo da observação e da convivência em cidades
como a retratada nesta cena que Marx começou suas análises e chegou à conclusão
de que o problema era sério e, como se agravava a cada ano, só poderia ser
produto do capitalismo. Portanto, a solução não viria enquanto o capitalismo
perdurasse. Para Marx, a sociedade, com certeza, deveria se tornar socialista.
Essa confiança se apoiava em uma análise profunda das leis do funcionamento do
capitalismo. Para ele, as próprias contradições internas do sistema capitalista
ocasionariam a sua destruição. A doutrina desenvolvida por Marx, e que teve a colaboração
de Friedrich Engels, baseou-se em minuciosos estudos da realidade económica,
política e social do mundo ocidental e, por isso, acabou sendo denominada
Socialismo Científico. Marx e Engels pesquisaram e escreveram muito à medida
que organizavam sua análise e proposta. Em síntese, a doutrina marxista
assenta-se nos seguintes pontos: o materialismo histórico e dialético, a luta
de classes, a ditadura do proletariado, o socialismo e o comunismo. Vejamos, a
seguir, como eles apresentavam cada um desses aspectos.
-
Materialismo histórico e dialético: Para Marx e Engels, a
economia era que determinava toda forma de pensamento e de organização da
sociedade. Portanto, as transformações pelas quais passa a sociedade são o
resultado das forças econômicas (materiais) e não das forças intelectuais ou
religiosas e sobrenaturais. Ainda segundo eles, todo sistema econômico e
social, após um período de formação e apogeu, entra em crise, devido às
contradições internas de ordem material (econômica) e é substituído por outro.
Assim, eles concluíam que o capitalismo caminhava para o seu fim e seria
substituído por outro sistema, o socialismo.
- Luta
de classes: Para o
marxismo, a luta de classes é o motor da história e estava presente em todas as
sociedades em que prevalecia a propriedade privada dos bens e dos meios de
produção. Essa luta era travada entre a classe que detinha os meios de produção
e a riqueza e a classe explorada por ela. É essa luta de classes que leva à
destruição de um sistema econômico e à sua substituição por outro. Da luta
entre proletários e patrões no capitalismo, segundo Marx e Engels, resultaria
um outro sistema econômico, o socialismo, no qual não deverá haver
diferenciação entre as classes sociais. Assim, não haveria mais a luta de
classes e o sistema perduraria.
- Mais Valia: É o valor a mais que todo o
trabalhador teria o direito de receber como salário pelo fruto do seu esforço
produtivo, mas que não recebe por ser o lucro do empregador. Isto é, o valor
justo a ser pago pelo trabalho desempenhado pelo proletário é muito superior ao
que realmente se tem. No Sistema Capitalista a Mais Valia é ABSOLUTA, isto é, a
exploração máxima do trabalho pelo menor salário possível,
-
Ditadura do proletariado: O
proletariado (classe trabalhadora), segundo Marx e Engels, é a classe
subalterna que deve assumir o papel de agente transformador, assim como a
burguesia o foi na Revolução Francesa. O proletariado faria uma revolução
social, organizando-se e partindo para a luta a fim de derrubar a burguesia,
tomar o poder e iniciar um novo tipo de sociedade onde seria extinta a
propriedade privada dos meios de produção.
- Socialismo e
comunismo: Após a
tomada do poder pelos trabalhadores, seria implantado o socialismo, uma etapa
intermediária em que o Estado se tomaria proprietário dos meios de produção
(terras, fábricas, meios de transporte, fontes de energia, minas, etc.) e cada
pessoa receberia de acordo com o seu trabalho. Esse Estado evoluiria até chegar
ao comunismo, quando não teria mais razão de existir; os meios de produção
seriam socializados, acabariam as classes sociais, e cada pessoa teria o que
lhe fosse necessário.
Outros Teóricos do Trabalho (liberais)
AUGUSTO COMTE
Criou o POSITIVISMO: uma corrente
de ideias do século XIX que juntamente com o marxismo, influenciou e
influencia todas as outras correntes de pensamento
filosófico. A Ciência deve controlar a sociedade, para suprimir a Religião;
Trabalho: Intelectual = Obra
Braçal = Castigo
ÉMILE DURKHEIM
Forma pela
qual está estruturado o trabalho em uma sociedade;
Divisão do
Trabalho = Solidariedade / Trabalho = Regras / Sociedade
como Organismo
Trabalho =
Função Social
MAX WEBER
A Ética
Protestante: valorização religiosa do trabalho, motivação para
o empreendedorismo;
Acumulação
= virtude
O labor
vocacional (trabalho profissional) = instrumento de ascensão e mais seguro
meio de preservação de redenção da fé e do homem.
FREDERICK
TAYLOR
Trabalho:
Hierarquia sistematizada (especialização do trabalho).
No taylorismo, o trabalhador é monitorado segundo o tempo de produção.
Cada indivíduo deve cumprir sua tarefa no menor tempo possível, sendo premiados
aqueles que se sobressaem. Isso provoca a exploração do proletário que tem que
se “desdobrar” para cumprir o tempo cronometrado.
Neotaylorismo
= GESTÃO POR STRESS
HENRY FORD
FORDISMO: OTIMIZAÇÃO
DO TRABALHO = LINHA DE MONTAGEM
Trabalho
especializado, redução de problemas dos produtos, aumento da produção com
qualidade; Produção em Massa e Consumo em Massa; Melhoria dos Salários;