quarta-feira, 21 de maio de 2014

Geo - Chechênia e Primavera Árabe

CHECHÊNIA

A disputa entre russos e chechenos sempre ganha destaque nos noticiários internacionais. A região das montanhas do Cáucaso tem sua história marcada por interesses de dimensões política, econômica e geográfica. Incrustado entre o mar Negro e Cáspio, essa localidade compõe a fronteira que divide os vários governos islâmicos do Oriente Médio e as zonas de influência russa no Leste Europeu.
Sob o ponto de vista histórico, a região ocupada pela Chechênia marcou uma antiga esfera de conflito entre os espaços dominados por cristãos e muçulmanos sob o ponto de vista político e religioso. Apesar de viverem em uma região dominada pelos russos, de orientação cristã, os chechenos se converteram ao islamismo por volta do século XVIII. Em resposta a tal situação, a monarquia czarista russa decidiu anexar a Chechênia aos seus vastos domínios imperiais.
O Império Russo teve enormes dificuldades para estabelecer seu domínio sob uma população local. Os chechenos aproveitaram das convulsões que colocavam a revolução bolchevique a caminho na Rússia e decidiram formar um governo independente com criação da República Montanhesa do Cáucaso Norte. Mas o exército russo acabou com a independência em 1921. Os chechenos tentaram outro golpe durante a 2ªGGM.Temendo que os russos mais uma vez conseguissem derrotá-los, os chechenos decidiram buscar apoio militar da Alemanha Nazista. A aliança oferecia grandes vantagens à Hitler, que poderia daquela região promover o controle sobre os ricos campos de petróleo encontrado na região de Baku. Inconformado com essa aliança, o ditador Josef Stálin decidiu deportar mais de 400 mil chechenos para as áridas regiões da Ásia Central.
Este episódio marcou uma das últimas situações de conflito entre russos e chechenos na região. Contudo, nos fins da década de XX, o processo de desintegração do bloco socialista reavivou o desejo de soberania entre os povos do Cáucaso. Dessa forma, a Chechênia declarou uma nova independência, em novembro de 1991. Somente três anos depois, com a Rússia sob o comandado do presidente Boris Ieltsin, novas tropas foram enviadas contra os separatistas.
Em 1996, passados dois anos de conflito entre russos e chechenos, a Rússia sofreu uma humilhante derrota que poderia dar fim ao histórico impasse entre esses dois povos. Contudo, no ano de 1999, o exército russo invadiu a Chechênia depois de alguns militantes islâmicos radicais terem participado da tentativa de implantação de um governo islâmico na província do Daguestão. Nesse meio tempo, organizações terroristas se estabeleceram como uma nova força de oposição contra a dominação russa.
Recentemente, alguns indícios apontam a possibilidade de terroristas chechenos receberem apoio da rede terrorista islâmica Al-Qaeda. Em 2004, o sequestro e assassinato de crianças em uma escola do interior da Rússia, promovido por terroristas chechenos e árabes, reativaram com grande força o clima de tensão. De lá para cá, a possibilidade de fim para esse conflito se torna uma incógnita que, cada vez mais, acumula lamentáveis sinais de ódio, sangue e terror.

PRIMAVERA ÁRABE
Os protestos no mundo árabe em 2010-2012, também conhecidos como a Primavera Árabe, são uma onda revolucionária de manifestações e protestos que vêm ocorrendo no Oriente Médio e no Norte da África desde 18 de dezembro de 2010. Até hoje, tem havido revoluções na Tunísia e no Egito, uma guerra civil na Líbia;
Grandes protestos na Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, Síria, Omã e Yêmen, e protestos menores no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita, Sudão e Saara Ocidental.
Os protestos têm compartilhado técnicas de resistência civil em campanhas sustentadas envolvendo greves, manifestações, passeatas e comícios, bem como o uso das mídias sociais, como Facebook,Twitter e Youtube, para organizar, comunicar e sensibilizar a população e a comunidade internacional em face de tentativas de repressão e censura na Internet por partes dos Estados.

Líbia: a revolta na Líbia é conhecida como Guerra Civil Líbia ou Revolução Líbia e ocorreu sob a influência das revoltas na Tunísia, tendo como objetivo acabar com a ditadura de Muammar Kadhafi. Em razão da repressão do regime ditatorial, essa foi uma das revoluções mais sangrentas da Primavera Árabe. Outro marco desse episódio foi a intervenção das forças militares da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), comandadas, principalmente, pela frente da União Europeia.
O ditador líbio foi morto após intensos combates com os rebeldes no dia 20 de Outubro de 2011.

Egito: A Revolução do Egito foi também denominada por Dias de Fúria, Revolução de Lótus e Revolução do Nilo. Ela foi marcada pela luta da população contra a longa ditadura de Hosni Mubarak. Os protestos se iniciaram em 25 de Janeiro de 2011 e se encerraram em 11 de Fevereiro do mesmo ano. Após a onda de protestos, Mubarak anunciou que não iria se candidatar novamente a novas eleições e dissolveu todas as frentes de estruturação do poder. Em Junho de 2011, após a realização das eleições, Mohammed Morsi foi eleito presidente egípcio, porém, também foi deposto no ano de 2013.

Argélia: A onda de protestos na Argélia ainda está em curso e objetiva derrubar o atual presidenteAbdelaziz Bouteflika, há 12 anos no poder. Em virtude do aumento das manifestações de insatisfação diante de seu mandato, Bouteflika organizou a realização de novas eleições no país, mas acabou vencendo em uma eleição marcada pelo elevado número de abstenções. Ainda existem protestos e, inclusive, atentados terroristas que demonstram a insatisfação dos argelinos frente ao governo.

Bahrein: Os protestos no Bahrein objetivam a derrubada do rei Hamad bin Isa al-Khalifa, no poder há oito anos. Os protestos também se iniciaram em 2011 sob a influência direta dos efeitos da Revolução de Jasmim. O governo responde com violência aos rebeldes, que já tentaram atacar, inclusive, o Grande Prêmio de Fórmula 1. Registros indicam centenas de mortos durante combates com a polícia.

Marrocos: A Primavera Árabe também ocorreu no Marrocos. Porém, com o diferencial de que nesse país não há a exigência, ao menos por enquanto, do fim do poder do Rei Mohammed VI, mas sim da diminuição de seus poderes e atribuições. O rei marroquino, mediante os protestos, chegou a atender partes das exigências, diminuindo parte de seu poderio e, inclusive, nomeando eleições para Primeiro-Ministro. Entretanto, os seus poderes continuam amplos e a insatisfação no país ainda é grande.

Iêmen: Os protestos e conflitos no Iêmen estiveram em torno da busca pelo fim da ditadura de Ali Abdullah Saleh, que durou 33 anos. O fim da ditatura foi anunciado em Novembro de 2011, em processo marcado para ocorrer de forma transitória e pacífica, através de eleições diretas. Apesar do anúncio de uma transição pacífica, houve conflitos e repressão por parte do governo. Foram registrados também alguns acordos realizados pelos rebeldes com a organização terrorista Al-Qaeda durante alguns momentos da revolução iemenita.

Jordânia: A Jordânia foi um dos últimos países, até o momento, a sofrer as influências da Primavera Árabe. Revoltas e protestos vêm ocorrendo desde a segunda metade de 2012, com o objetivo de derrubar o governo do Rei Abdullah II, que, com receio da intensificação da Primavera Árabe em seu país, anunciou no início de 2013 a realização de novas eleições. Entretanto, o partido mais popular do país, a Irmandade Muçulmana, decidiu pelo boicote desse processo eleitoral diante das frequentes denúncias e casos comprovados de fraudes e compras de votos.

Omã: Assim como no Marrocos, em Omã não há a exigência do fim do regime monárquico do sultão Qaboos bin Said que impera sobre o país, mas sim a luta por melhores condições de vida, reforma política e aumento de salários. Em virtude do temor do alastramento da Primavera Árabe, o sultão definiu a realização das primeiras eleições municipais em 2012.
O sultão vem controlando a situação de revolta da população do país através de benesses e favores à população. Apesar disso, vários protestos e greves gerais já foram registradas desde 2011.

Síria: Em 2013 destacaram-se os conflitos na Síria. Uma parte do povo sírio (asilados políticos palestinos, em sua maioria, ou da etnia curda, todos religião sunita – ou ainda uma pequena minoria cristã ortodoxa) quer a saída de Bashar Al-Assad, um ditador que comanda o país desde 2000, ou seja, há mais de 13 anos. Ele recebeu o cargo de seu pai, que ficou no poder por mais de 30 anos e governa o país apenas para uma parte da população que o apoia. Em 2007 foi candidato único à presidência e teve aprovação de 97% da população com direitos políticos (20% do total). Em 2011 uma série de protestos contra seu governo foram organizados pela população, que exige democracia. O governo de Al-Assad os considera “rebeldes”, e passa a atacar militarmente regiões do país onde a população não apoia seu governo. Esses “rebeldes” conseguiram formar milícias de resistência, com apoio bélico dos USA. Em agosto de 2013 Al-Assad usou armas químicas em vários ataques militares. Com a denúncia feita pela ONU e pela Cruz Vermelha, foi convocado, pelos USA, o Conselho de Segurança da ONU, que em setembro votou a favor do ataque ao país, por infringir a Convenção de Genebra. No entanto 2 países nucleares votaram contra: RUS e CHI. Assim começam empasses sobre o ataque ou não. Enquanto tropas da OTAN ocupam o mediterrâneo, China retira-se das negociações de RUS e USA ficam por mais de 2 meses em negociações diplomáticas. Após ultimato ao governo sírio, em novembro o ditador decide entregar seu arsenal químico. Inspetores da ONU vão ao país e destroem quase todo o arsenal. Esta semana (abril/2014) o ditador aceitou novo acordo com a RUS para entregar os últimos 8% de armas que ainda possui.


terça-feira, 20 de maio de 2014

Filo - Liberalismo e Socialismo

Liberalismo Econômico

O Liberalismo e a manutenção da ordem A partir de 1830, à medida que os governos passavam a ser chefiados por representantes da burguesia, o Estado assumia características tipicamente liberais, adaptando à realidade as propostas e ideias que eram discutidas desde o século XVIII. Nesse sentido, em vários países, foram elaboradas constituições liberais e as instituições estatais assumiam uma postura essencialmente liberal, com o apoio especialmente dos setores mais interessados no desenvolvimento económico do país. No campo da economia, as ideias liberais também eram aplicadas. O mercantilismo, que já era criticado desde o século XVIII, foi sendo superado, já que não combinava com os novos tempos em que a liberdade passou a ser um valor defendido amplamente. A proposta de aplicação das ideias liberais na economia recebeu o nome de Liberalismo Económico. O principal pensador dessa corrente de pensamento foi o inglês Adam Smith, que considerava o trabalho como a causa principal da riqueza humana. Para Adam Smith, não havia necessidade de o Estado intervir na economia, uma vez que ela deveria ser guiada pelas leis naturais do mercado, pelas quais os preços das mercadorias seriam determinados pela livre concorrência e a competição entre os produtores e comerciantes. O Estado, então, só deveria ter três funções: proteger a sociedade da violência e da invasão de outras sociedades independentes; proteger, na medida do possível, todo membro da sociedade da injustiça e da opressão de qualquer de seus membros, ou seja, administrar a Justiça; fazer e conservar certas obras públicas, criar e manter certas instituições públicas de interesse geral, mas que o lucro não cobriria as despesas.
Além de escrever e expressar-se com muita clareza, Adam Smith encontrou um terreno bem preparado e receptivo para suas ideias. Sua proposta ia ao encontro dos interesses e dos anseios da burguesia industrial e comercial em busca de mais espaços para ampliar seus negócios e suas possibilidades de lucro.
Os princípios económicos propostos por Adam Smith foram ampliados e desenvolvidos por seus discípulos Thomas Malthus, David Ricardo e Nassau Sénior, durante o século XIX. E assim, nesse século, em praticamente toda a Europa Ocidental, o Liberalismo se firmava como corrente de pensamento dominante tanto na política quanto na economia, defendendo os seguintes pontos:
ECONOMIA: Livre iniciativa; Ausência ou pouca interferência do Estado na economia Livre-mercado ou livre-cambismo (economia de mercado: o mercado se regula pela lei da oferta e procura); Trabalho visto como gerador de riqueza Estado com o papel de garantir os contratos, regular o jogo de interesses e manter a ordem social de modo a não prejudicar o desenvolvimento económico; Inviolabilidade da propriedade privada; Individualismo econômico; Liberdade nas negociações dos contratos de trabalho.
POLITICA: Separação dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário); Sistema legal básico igual para todos de um mesmo país; Oportunidades iguais para todos (quem souber aproveitar pode progredir); Liberdade ampla; Tolerância religiosa; Administração política mais racional; Constitucionalismo; Contratualismo; Estado laico; Direito de propriedade privada como direito natural; Critério censitário de participação política.
Percebe-se, pelos quadros acima, uma estreita relação entre o liberalismo político e o liberalismo econômico, uma vez que o Estado se estrutura para garantir os contratos, não interferir nos lucros de seus membros, permitir a manutenção da propriedade privada, regular o jogo de interesses, manter a ordem social. Todos esses pontos passaram a fazer parte do discurso e da prática dos novos dirigentes dos países europeus, no século XIX. Isso se refletiu também na cultura e na visão de mundo da sociedade europeia, principalmente a partir da expansão industrial verificada no continente. No entanto, o bem-estar promovido por essa sociedade de caráter liberal não foi estendido de forma equilibrada a toda a população desses países.


Socialismo Utópico

No século XIX, vários pensadores que propuseram alternativas para o projeto de realização “superar a situação social dos operários” receberam, de outros pensadores, a ideia de que isso era impossível;
Baseado no livro “Utopia” de Thomas Mórus, e devido a fantasia de suas ideias, esses pensadores foram chamados de socialistas utópicos ou somente utópicos. Nem todos eram simplesmente sonhadores e ficavam somente na idealização. Alguns chegaram até a partir para a ação, tentando demonstrar que suas propostas eram viáveis. Outros se dedicaram mais a escrever e divulgar suas ideias por meio de livros e jornais. Vejamos alguns destes pensadores:
- Saint-Simon (1760 - 1825): propunha que o governo interviesse na esfera da "produção, da distribuição e do comércio visando promover o bem-estar das massas. Admitia a propriedade privada e seus privilégios, contanto que fossem usadas no interesse das massas. Muitos de seus seguidores assumiram posições mais radicais, exigindo que o Estado assumisse a propriedade e o controle do processo de produção, e o administrasse em proveito do povo. De Saint-Simon e seus discípulos, o socialismo herdou a ideia de que, em uma economia socialista, o governo deveria assenhorear-se da administração da produção e da distribuição.
- Charles Fourier (1772-1837): para ele, somente um terço da população realiza trabalhos realmente úteis para a sociedade. Os outros dois terços, por força da corrupção e das distorções geradas pelo sistema de mercado, são levados a desempenhar funções supérfluas ou a viver como parasitas na opulência. Visando superar essa situação, ele popularizou a ideia das cooperativas (ou falanstérios, como as denominou). Procurou transformar a sociedade incentivando a formação de falanstérios. O fracasso de suas experiências levou muitos socialistas à convicção de que era impossível reformar o capitalismo unicamente por força de exemplos.
- Pierre Joseph Proudhon (1809 - 1865): segundo Proudhon, a propriedade é um roubo e a "mãe da tirania". Para ele, o Estado tinha como função básica assegurar os direitos de propriedade, que se constituíam simplesmente em um conjunto de privilégios especiais para uma minoria, e em restrições e proibições para a grande maioria da população. Para Proudhon, o Estado constituía o braço armado da classe dominante e era preciso resistir. Só poderia haver justiça quando as relações de propriedade fossem abolidas e o Estado convertido numa instituição desnecessária.
- Robert Owen (1771 -1858): para ele, a solução para os problemas passava pela cooperação. As relações de cooperação levariam o povo a explorar a natureza de forma mais eficiente e a obter maiores proveitos coletivos. A cooperação funcionaria como comunidades agrícolas e industriais que se autogovernariam


O Socialismo Científico

Os "socialistas utópicos" não chegaram a admitir a existência de rivalidade entre explorados e exploradores. Defendiam a eliminação da herança, dos privilégios, o estabelecimento de um imposto progressivo sobre os ganhos com a propriedade, além da redistribuição da riqueza. Foi Karl Marx que, a despeito da admiração que muitos lhe inspiravam, qualificou-os, com certa ironia, de "socialistas utópicos". Para ele, era ingénua a sua convicção de que transformariam a sociedade apelando para a racionalidade e a sensibilidade moral da classe educada. Os homens educados, na sua opinião, pertenciam geralmente às classes dominantes e, portanto, fariam tudo o que estivesse ao seu alcance para perpetuar esse sistema.
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) foram pensadores alemães que dedicaram grande parte de sua vida aos estudos e análises da situação da classe operária, buscando, na Filosofia, na Economia e na História, explicações para a realidade que presenciavam. Em 1848, lançaram o Manifesto Comunista, um pequeno livreto denunciando a situação dos trabalhadores industriais e conclamando-os à luta. A partir daí, ambos passaram a escrever artigos e livros nos quais apresentaram as principais teses e fundamentos da doutrina socialista. O livro mais famoso e que forma o maior conjunto do pensamento marxista é O Capital, cujo primeiro volume foi publicado em 1867. Daí até a sua morte, Marx se dedicou a escrever os outros dois volumes de O Capital, que foram publicados postumamente por Engels.
A dura realidade dos trabalhadores durante muito tempo foi muito comum na Europa e agravou-se com a industrialização, pois as disparidades sociais aumentaram e se tornaram mais visíveis. Foi partindo da observação e da convivência em cidades como a retratada nesta cena que Marx começou suas análises e chegou à conclusão de que o problema era sério e, como se agravava a cada ano, só poderia ser produto do capitalismo. Portanto, a solução não viria enquanto o capitalismo perdurasse. Para Marx, a sociedade, com certeza, deveria se tornar socialista. Essa confiança se apoiava em uma análise profunda das leis do funcionamento do capitalismo. Para ele, as próprias contradições internas do sistema capitalista ocasionariam a sua destruição. A doutrina desenvolvida por Marx, e que teve a colaboração de Friedrich Engels, baseou-se em minuciosos estudos da realidade económica, política e social do mundo ocidental e, por isso, acabou sendo denominada Socialismo Científico. Marx e Engels pesquisaram e escreveram muito à medida que organizavam sua análise e proposta. Em síntese, a doutrina marxista assenta-se nos seguintes pontos: o materialismo histórico e dialético, a luta de classes, a ditadura do proletariado, o socialismo e o comunismo. Vejamos, a seguir, como eles apresentavam cada um desses aspectos.
- Materialismo histórico e dialético: Para Marx e Engels, a economia era que determinava toda forma de pensamento e de organização da sociedade. Portanto, as transformações pelas quais passa a sociedade são o resultado das forças económicas (materiais) e não das forças intelectuais ou religiosas e sobrenaturais. Ainda segundo eles, todo sistema económico e social, após um período de formação e apogeu, entra em crise, devido às contradições internas de ordem material (económica) e é substituído por outro. Assim, eles concluíam que o capitalismo caminhava para o seu fim e seria substituído por outro sistema, o socialismo.
- Luta de classes: Para o marxismo, a luta de classes é o motor da história e estava presente em todas as sociedades em que prevalecia a propriedade privada dos bens e dos meios de produção. Essa luta era travada entre a classe que detinha os meios de produção e a riqueza e a classe explorada por ela. É essa luta de classes que leva à destruição de um sistema económico e à sua substituição por outro. Da luta entre proletários e patrões no capitalismo, segundo Marx e Engels, resultaria um outro sistema económico, o socialismo, no qual não deverá haver diferenciação entre as classes sociais. Assim, não haveria mais a luta de classes e o sistema perduraria.
- Ditadura do proletariado: O proletariado (classe trabalhadora), segundo Marx e Engels, é a classe subalterna que deve assumir o papel de agente transformador, assim como a burguesia o foi na Revolução Francesa. O proletariado faria uma revolução social, organizando-se e partindo para a luta a fim de derrubar a burguesia, tomar o poder e iniciar um novo tipo de sociedade onde seria extinta a propriedade privada dos meios de produção.

- Socialismo e comunismo: Após a tomada do poder pelos trabalhadores, seria implantado o socialismo, uma etapa intermediária em que o Estado se tomaria proprietário dos meios de produção (terras, fábricas, meios de transporte, fontes de energia, minas, etc.) e cada pessoa receberia de acordo com o seu trabalho. Esse Estado evoluiria até chegar ao comunismo, quando não teria mais razão de existir; os meios de produção seriam socializados, acabariam as classes sociais, e cada pessoa teria o que lhe fosse necessário.

Filo - Determinismo e Libertarismo

DETERMINISMO X LIBERTARISMO

PRECEITO:
NÃO há contradição alguma entre determinismo radical e liberdade.

Gilles Deleuze
-          liberdade não é livre escolha nem livre-arbítrio, mas sim criação.
-          Tudo é singularmente determinado  e ao mesmo tempo singularmente determinante, onde, só nos resta a liberdade empobrecida chamada livre-arbítrio e livre escolha, que é pré-determinismo porque toda escolha e arbítrio se dá entre duas ou mais entidades dadas, isto é, já determinadas, já criadas.

Friedrich Ratzel
No sentido científico, o Determinismo geográfico é a concepção segundo a qual o meio ambiente define ou influencia fortemente a fisiologia e a psicologia humana, de modo que seria possível explicar a história dos povos em função das relações de causa e efeito que se estabeleceriam na interação natureza/homem.
 - determinismo ambiental;

Adam Smith e Karl Marx
Economicismo é um termo utilizado para criticar o REDUCIONISMO econômico, que é a redução de todos os FATOS SOCIAIS à dimensões econômicas. Também é usado para criticar a economia enquanto uma IDEOLOGIA, na qual a OFERTA e a DEMANDA são os únicos fatores importantes na tomada de decisões, e literalmente se sobrepõe ou permite ignorar todos os outros fatores.
- Determinismo econômico ou social;

Behaviorismo (Comportamento, Conduta)
Também designado de comportamentalismo, ou às vezes comportamentismo, é o conjunto das teorias psicológicas que postulam o comportamento como o mais adequado objeto de estudo da Psicologia.
-Comportamento é definido por meio das unidades analíticas RESPOSTAS e ESTÍMULOS investigadas pelos métodos utilizados pela ciência natural chamada Análise do Comportamento.

René Descartes  e Benedito Espinoza
Mecanicismo é uma teoria segundo o qual todos os fenômenos se explicam pela causalidade mecânica ( linear) instrumentalmente, como meio para uma causa final.
- Defende o DEÍSMO: o universo é um mecanismo, o qual pressupõe a existência um ser superior não-mecânico (Deus);
- Em biologia, mecanicismo refere-se às teorias que afirmam  e existência VITALISTA, onde tudo resulta da existência de uma força ou impulso vital sem a qual a VIDA não poderia ser explicada.

Ernst Troeltsch
Determinismo Histórico: fundamenta-se na noção de que as configurações do mundo humano, num dado momento presente, sempre são o resultado de processos históricos de formação, os quais são passíveis de ser mentalmente reconstruídos e, portanto, compreendidos.

Michel Foucault
Liberdade é subjetiva, estamos todos presos à instituições, que nos iludem quanto à liberdade que desejamos e acreditamos ter;
- Temos que promover novas formas de subjetividade  - O Sujeito e o Poder

Friedrich Nietzsche
- O homem é individualmente irredutível, à qual os limites e imposições de uma razão que tolhe a vida permanecem estranhos a ela mesma, à semelhança de máscaras de que pode e deve libertar-se;
- Não existe vida média entre aceitação da vida e renúncia. Para salvá-la, é necessário arrancar-lhe as máscaras e reconhecê-la tal como é: não para sofrê-la ou aceitá-la com resignação, mas para restituir-lhe o seu ritmo exaltante.

Elisabeth Kübler-Ross
A ÚNICA LIBERTAÇÃO É A MORTE
5 estágios :
1) Negação e Isolamento: "Isso não pode estar acontecendo."
2) Raiva: "Por que eu? Não é justo."
3) Negociação e diálogo: "Me deixe viver apenas até meus filhos crescerem."
4) Depressão: "Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer coisa?"
5) Aceitação: "Tudo vai acabar bem."