CHECHÊNIA
A disputa entre russos e chechenos sempre
ganha destaque nos noticiários internacionais. A região das montanhas do
Cáucaso tem sua história marcada por interesses de dimensões política,
econômica e geográfica. Incrustado entre o mar Negro e Cáspio, essa localidade
compõe a fronteira que divide os vários governos islâmicos do Oriente Médio e
as zonas de influência russa no Leste Europeu.
Sob o ponto de vista histórico, a região
ocupada pela Chechênia marcou uma antiga esfera de conflito entre os espaços
dominados por cristãos e muçulmanos sob o ponto de vista político e religioso.
Apesar de viverem em uma região dominada pelos russos, de orientação cristã, os
chechenos se converteram ao islamismo por volta do século XVIII. Em resposta a
tal situação, a monarquia czarista russa decidiu anexar a Chechênia aos seus
vastos domínios imperiais.
O Império Russo teve enormes dificuldades
para estabelecer seu domínio sob uma população local. Os chechenos aproveitaram
das convulsões que colocavam a revolução bolchevique a caminho na Rússia e
decidiram formar um governo independente com criação da República Montanhesa do
Cáucaso Norte. Mas o exército russo acabou com a independência em 1921. Os
chechenos tentaram outro golpe durante a 2ªGGM.Temendo que os russos mais uma
vez conseguissem derrotá-los, os chechenos decidiram buscar apoio militar da
Alemanha Nazista. A aliança oferecia grandes vantagens à Hitler, que poderia
daquela região promover o controle sobre os ricos campos de petróleo encontrado
na região de Baku. Inconformado com essa aliança, o ditador Josef Stálin
decidiu deportar mais de 400 mil chechenos para as áridas regiões da Ásia
Central.
Este episódio marcou uma das últimas situações de conflito entre russos e chechenos na região. Contudo, nos fins da década de XX, o processo de desintegração do bloco socialista reavivou o desejo de soberania entre os povos do Cáucaso. Dessa forma, a Chechênia declarou uma nova independência, em novembro de 1991. Somente três anos depois, com a Rússia sob o comandado do presidente Boris Ieltsin, novas tropas foram enviadas contra os separatistas.
Este episódio marcou uma das últimas situações de conflito entre russos e chechenos na região. Contudo, nos fins da década de XX, o processo de desintegração do bloco socialista reavivou o desejo de soberania entre os povos do Cáucaso. Dessa forma, a Chechênia declarou uma nova independência, em novembro de 1991. Somente três anos depois, com a Rússia sob o comandado do presidente Boris Ieltsin, novas tropas foram enviadas contra os separatistas.
Em 1996, passados dois anos de conflito entre
russos e chechenos, a Rússia sofreu uma humilhante derrota que poderia dar fim
ao histórico impasse entre esses dois povos. Contudo, no ano de 1999, o
exército russo invadiu a Chechênia depois de alguns militantes islâmicos
radicais terem participado da tentativa de implantação de um governo islâmico
na província do Daguestão. Nesse meio tempo, organizações terroristas se
estabeleceram como uma nova força de oposição contra a dominação russa.
Recentemente, alguns indícios apontam a
possibilidade de terroristas chechenos receberem apoio da rede terrorista
islâmica Al-Qaeda. Em 2004, o sequestro e assassinato de crianças em uma escola
do interior da Rússia, promovido por terroristas chechenos e árabes, reativaram
com grande força o clima de tensão. De lá para cá, a possibilidade de fim para
esse conflito se torna uma incógnita que, cada vez mais, acumula lamentáveis
sinais de ódio, sangue e terror.
PRIMAVERA
ÁRABE
Os protestos no mundo árabe em 2010-2012, também conhecidos como a Primavera Árabe, são uma onda revolucionária de manifestações e protestos que
vêm ocorrendo no Oriente Médio e
no Norte da África desde 18 de dezembro de 2010. Até hoje, tem havido revoluções na Tunísia e no Egito, uma guerra civil na Líbia;
Grandes protestos na
Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, Síria, Omã e Yêmen, e protestos
menores no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita, Sudão e Saara
Ocidental.
Os protestos têm
compartilhado técnicas de resistência civil em campanhas sustentadas envolvendo greves,
manifestações, passeatas e comícios, bem como o uso das mídias sociais, como Facebook,Twitter e Youtube, para organizar,
comunicar e sensibilizar a população e a comunidade internacional em face de tentativas de repressão e censura na Internet por partes dos Estados.
Líbia: a revolta na Líbia é conhecida como
Guerra Civil Líbia ou Revolução Líbia e ocorreu sob a influência das
revoltas na Tunísia, tendo como objetivo acabar com a ditadura de Muammar
Kadhafi. Em razão da repressão do regime ditatorial, essa foi uma das
revoluções mais sangrentas da Primavera Árabe. Outro marco desse episódio foi a
intervenção das forças militares da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico
Norte), comandadas, principalmente, pela frente da União Europeia.
O ditador líbio foi morto após
intensos combates com os rebeldes no dia 20 de Outubro de 2011.
Egito: A Revolução do Egito foi também
denominada por Dias de Fúria, Revolução
de Lótus e Revolução do Nilo. Ela
foi marcada pela luta da população contra a longa ditadura de Hosni
Mubarak. Os protestos se iniciaram em 25 de Janeiro de 2011 e se
encerraram em 11 de Fevereiro do mesmo ano. Após a onda de protestos, Mubarak
anunciou que não iria se candidatar novamente a novas eleições e dissolveu
todas as frentes de estruturação do poder. Em Junho de 2011, após a realização
das eleições, Mohammed Morsi foi eleito presidente egípcio, porém, também foi
deposto no ano de 2013.
Argélia: A onda de protestos na Argélia ainda
está em curso e objetiva derrubar o atual presidenteAbdelaziz Bouteflika, há 12 anos no poder. Em
virtude do aumento das manifestações de insatisfação diante de seu mandato,
Bouteflika organizou a realização de novas eleições no país, mas acabou
vencendo em uma eleição marcada pelo elevado número de abstenções. Ainda
existem protestos e, inclusive, atentados terroristas que demonstram a
insatisfação dos argelinos frente ao governo.
Bahrein: Os protestos no Bahrein objetivam a
derrubada do rei Hamad bin Isa al-Khalifa,
no poder há oito anos. Os protestos também se iniciaram em 2011 sob a
influência direta dos efeitos da Revolução de Jasmim. O governo responde com
violência aos rebeldes, que já tentaram atacar, inclusive, o Grande Prêmio de
Fórmula 1. Registros indicam centenas de mortos durante combates com a polícia.
Marrocos: A Primavera Árabe também ocorreu no
Marrocos. Porém, com o diferencial de que nesse país não há a exigência, ao
menos por enquanto, do fim do poder do Rei Mohammed VI, mas sim da diminuição
de seus poderes e atribuições. O rei marroquino, mediante os protestos, chegou
a atender partes das exigências, diminuindo parte de seu poderio e, inclusive,
nomeando eleições para Primeiro-Ministro. Entretanto, os seus poderes continuam
amplos e a insatisfação no país ainda é grande.
Iêmen: Os protestos e conflitos no Iêmen
estiveram em torno da busca pelo fim da ditadura de Ali Abdullah Saleh, que
durou 33 anos. O fim da ditatura foi anunciado em Novembro de 2011, em processo
marcado para ocorrer de forma transitória e pacífica, através de eleições
diretas. Apesar do anúncio de uma transição pacífica, houve conflitos e
repressão por parte do governo. Foram registrados também alguns acordos
realizados pelos rebeldes com a organização terrorista Al-Qaeda durante alguns
momentos da revolução iemenita.
Jordânia: A Jordânia foi um dos últimos
países, até o momento, a sofrer as influências da Primavera Árabe. Revoltas e
protestos vêm ocorrendo desde a segunda metade de 2012, com o objetivo de
derrubar o governo do Rei Abdullah II, que, com receio da intensificação da
Primavera Árabe em seu país, anunciou no início de 2013 a realização de novas
eleições. Entretanto, o partido mais popular do país, a Irmandade Muçulmana,
decidiu pelo boicote desse processo eleitoral diante das frequentes denúncias e
casos comprovados de fraudes e compras de votos.
Omã: Assim como no Marrocos, em Omã não há
a exigência do fim do regime monárquico do sultão Qaboos bin Said que impera
sobre o país, mas sim a luta por melhores condições de vida, reforma política e
aumento de salários. Em virtude do temor do alastramento da Primavera Árabe, o
sultão definiu a realização das primeiras eleições municipais em 2012.
O sultão vem controlando a situação de
revolta da população do país através de benesses e favores à população. Apesar
disso, vários protestos e greves gerais já foram registradas desde 2011.
Síria: Em 2013
destacaram-se os conflitos na Síria. Uma parte
do povo sírio (asilados políticos palestinos, em sua maioria, ou da etnia
curda, todos religião sunita – ou ainda uma pequena minoria cristã ortodoxa)
quer a saída de Bashar Al-Assad, um ditador que comanda o país desde 2000, ou
seja, há mais de 13 anos. Ele recebeu o cargo de seu pai, que ficou no poder
por mais de 30 anos e governa o país apenas para uma parte da população que o
apoia. Em 2007 foi candidato único à presidência e teve aprovação de 97% da
população com direitos políticos (20% do total). Em 2011 uma série de protestos
contra seu governo foram organizados pela população, que exige democracia. O
governo de Al-Assad os considera “rebeldes”, e passa a atacar militarmente
regiões do país onde a população não apoia seu governo. Esses “rebeldes”
conseguiram formar milícias de resistência, com apoio bélico dos USA. Em agosto
de 2013 Al-Assad usou armas químicas em vários ataques militares. Com a
denúncia feita pela ONU e pela Cruz Vermelha, foi convocado, pelos USA, o
Conselho de Segurança da ONU, que em setembro votou a favor do ataque ao país,
por infringir a Convenção de Genebra. No entanto 2 países nucleares votaram contra:
RUS e CHI. Assim começam empasses sobre o ataque ou não. Enquanto tropas da
OTAN ocupam o mediterrâneo, China retira-se das negociações de RUS e USA ficam
por mais de 2 meses em negociações diplomáticas. Após ultimato ao governo
sírio, em novembro o ditador decide entregar seu arsenal químico. Inspetores da
ONU vão ao país e destroem quase todo o arsenal. Esta semana (abril/2014) o
ditador aceitou novo acordo com a RUS para entregar os últimos 8% de armas que
ainda possui.